Dois anos atrás, o Orkut era a maior rede social na internet brasileira, com dezenas de milhões de usuários. Em agosto de 2011, porém, a rede social já estava em situação de apreensão. Dois anos depois, contrariando as expectativas, o Orkut ainda existe. Mas segundo o estrategista em marketing Gabriel Rossi, a rede social morreu e o Google, seu proprietário, esqueceu de enterrá-lo.

Em 2012, a queda mais forte do Facebook, com o gosto e a popularidade do Facebook crescendo de forma a diminuir em 95,6% a participação do Brasil em acessos fixos na rede do Google, segundo os dados da Experian Hitwise.

A culpa é exclusivamente da falta de comprometimento da organização com relação à identidade da rede social. O Google já não é uma empresa tão nova e sua missão como marca deixa bem claro a irrelevância do Orkut em sua estratégia corporativa: organizar a informação do mundo, comenta Rossi.

De acordo com o especialista, o alcance do Facebook sobre os antigos usuários do Orkut se deve à modernização e o constante acompanhamento dos heavy users das redes sociais. Veremos cada vez mais a migração da classe C e da nova classe média para o Facebook, já que o mesmo flexibilizou a navegação, melhorou a customização cultural para os brasileiros. Sem falar que tornou-se um fenômeno cultural na grande maioria dos países do mundo. A estratégia do Facebook é construir uma internet dentro da internet, completa.

Diferentemente da rede de Mark Zuckerberg, o Orkut carece de estratégia, na visão de Rossi. Parece que tudo ficou parado no tempo, sem acompanhar a velocidade de mudança do internauta moderno. O maior erro do Orkut foi não se preocupar com a autenticidade dos perfis na rede. A quantidade de fakes desmoraliza o ambiente e cria uma massa grande de irrelevância e ofertas promocionais abusivas, acusa o estrategista.

Mesmo com a situação, Rossi consegue ver uma luz no fim do túnel para a utilização da antiga rede social número um entre os brasileiros. Marcas e empresas ainda podem enxergar no Orkut uma excelente forma de pesquisa e aprendizado sobre o consumidor. Há diversos dados e rastros de comportamento deixados em anos de interatividade na rede. Tudo isso deve ser investigado, organizado e analisado, finaliza.