As negociações da Grécia com os seus credores internacionais começam nesta semana, em meio a uma diferença de opinião em relação às projeções de gastos e receita, afirmou um alto funcionário do Ministério das Finanças do país.

Após um encontro entre funcionários da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) com o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, o funcionário do ministério afirma que a Troica concorda com as projeções do ministério de que o a recessão será menor em 2013. De acordo com dados do governo, o produto interno bruto (PIB) da Grécia deve cair 3,8% neste ano, contra meta de baixa de 4,2% anteriormente.

“O trabalho para as questões de 2013 continuará nesta semana, a fim de chegar a um acordo. Existem diferentes projeções, como da receita e dos gastos”, explica o funcionário. Além disso, ele afirmou que nesta semana, serão iniciadas as conversas para estabelecer as etapas necessárias para que o governo grego tenha acesso à nova parcela do resgate financeiro.

Se a avaliação da Troica não for positiva até 14 de outubro, quando os ministros das Finanças do Eurogrupo se reúnem em Luxemburgo, a Grécia não receberá a nova parcela.

O funcionário do Ministério das Finanças disse que ainda que a equipe de especialistas reconheça que a Grécia é capaz de alcançar um superávit primário em 2013, a decisão final pode ser feita apenas com dados concretos.

Uma fonte da Comissão Europeia disse que a Troica “está cética sobre a série de medidas necessárias para que o país alcance o superávit primário”.

“Nós queremos ter certeza de que os dados estão corretos e em ordem para que o impacto das medidas seja permanente”, completou a fonte.

Tanto o funcionário do Ministério das Finanças da Grécia quanto a fonte da Comissão Europeia admitiram que enquanto as questões pendentes de 2013 podem ser resolvidas em breve, as negociações para 2014 poderiam causar problemas mais significativos.

Além do projeto de orçamento para 2014, a Grécia e seus credores devem determinar o déficit de financiamento, a diferença de imposto, assim como as medidas estruturais necessárias que ainda devem ser definidas, mas devem ser incluídas no orçamento do próximo ano.

“Estamos longe do orçamento de 2014, porque nós ainda não temos números globais conclusivos do governo”, disse o funcionário do ministério das Finanças.