Não contente em comprar briga com a Rede Globo, o senador Roberto Requião (PMDB) ainda aproveitou a quarta-feira de cinzas para reclamar da Mesa Executiva do Senado, a quem acusou de procrastinar o exame de dois  requerimentos apresentados por ele em novembro passado, com o objetivo de obter informações relacionadas a dívidas da emissora de TV e também a empréstimos concedidos pelo BNDES a empresas ligadas ao mesmo grupo empresarial.Segundo Requião, a Mesa do Senado examinou os requerimentos no começo de fevereiro e a decisão foi de que os que diziam respeito às empresas do Sistema Globo deveriam seguir para votação no Plenário. No entanto, uma semana depois, houve uma mudança e os pedidos de informação foram remetidos para avaliação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A leitura que qualquer jejuno faz do fato é que a Mesa se acovardou. A Mesa se acovardou e se curvou diante da Rede Globo. Mudou a decisão para procrastinar. Terá sido uma generosidade voluntária? Ou terá a Globo pedido e ordenado?, questionou o peemedebista.

Sigilos
Na presidência da sessão, o senador Alvaro Dias (PSDB) esclareceu que o relator dos requerimentos, João Vicente Claudino (PTB/PI), pediu a análise da CCJ, porque julgou necessário esclarecer se os pedidos respeitam a legislação quanto à proteção dos sigilos fiscal e financeiro. Alvaro acrescentou que, embora não seja membro da Mesa, apurou com a assessoria do Senado que não houve nenhuma decisão no sentido de submeter os requerimentos ao exame do Plenário. Essa informação, disse Alvaro, foi fornecida incorretamente por erro de um funcionário.

Estapafúrdias
Requião disse que diante da demora pediu, como cidadão, as mesmas informações ao governo federal, fazendo uso da possibilidade aberta pela Lei de Acesso à Informação. As respostas que chegaram a mim são ainda mais estapafúrdias e furadas, reclamou. Segundo ele, o Ministério da Fazenda se recusou a repassa informações sobre as dívidas tributárias da Globo alegando que todas as informações estão protegidas pelo sigilo fiscal. Já em relação aos empréstimos do BNDES concedidos ao grupo, o Ministério do Desenvolvimento respondeu que não tem acesso aos dados.

Extra-oficial
Presidente da CPI da Câmara Municipal que investigou o transporte coletivo, o vereador Jorge Bernardi (PDT) não gostou da notícia de que segundo os cálculos da Urbs, a tarifa técnica dos ônibus pode subir para R$ 3,20. O que foi até agora divulgado não é oficial, disse Bernardi. Ele aposta na manutenção da tarifa em R$ 2,70 mesmo sem subsídio do governo do Estado do Paraná, baseando-se nos cálculos efetuados pela CPI. E também na mobilização popular como forma de reagir à possibilidade de manutenção das atuais regras do sistema de transporte coletivo, mesmo diante de tantas evidências em favor de quem depende de ônibus e sacrifica boa parte do orçamento.

Fronteira
Alvaro Dias criticou o que chamou de descaso do governo federal com a situação da segurança pública. O senador lamentou o corte, por parte do governo, de uma emenda parlamentar de R$ 130 milhões destinada a reforçar o aparelhamento da polícia na região de fronteira do estado do Paraná. A emenda foi apresentada pela bancada paranaense no Congresso. Alvaro afirmou que o corte é uma temeridade – pois as drogas costumam vir de fora – e demonstra a falta de visão estratégica do governo. Esse valor iria melhorar a segurança na tríplice fronteira, disse o tucano.

Devolução
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) julgou irregulares as contas de um convênio entre o município de Formosa do Oeste e o Instituto Confiancce, determinando a devolução integral do valor repassado: R$ 1,1 milhão. Os recursos foram repassados em 2008. O objetivo era o apoio às ações do Projeto Saúde e Assistência Social. O TCE concluiu que o convênio violou a legislação que regulamenta as atividades do terceiro setor e foi utilizado para burlar a obrigatoriedade de realização de concurso público para uma atividade de responsabilidade do município, gerando terceirização ilegal de mão de obra.

Fiscalização
Ao longo de 2014, o Tribunal de Contas vai realizar 272 procedimentos de fiscalização em todo o Paraná. O número está previsto no Plano Anual de Fiscalização (PAF), homologado pelo Pleno do TCE-PR na sessão de 20 de fevereiro, em processo relatado pelo presidente da Corte, conselheiro Artagão de Mattos Leão. O plano reúne auditorias, auditorias operacionais, inspeções, monitoramentos e acompanhamentos que serão realizados pelas seis diretorias que atuam na atividade-fim do Tribunal – fiscalização de órgãos municipais, estaduais, transferências voluntárias, obras públicas e atos de pessoal.


Em alta
As exportações de granéis pelo Corredor de Exportação (Corex) do Porto de Paranaguá fecharam o primeiro bimestre de 2014 com 2,26 milhões de toneladas movimentadas. O volume é 11,3% maior do que o registrado no mesmo período de 2013.

Em Baixa
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio teve em fevereiro a maior queda dos últimos seis meses, segundo dados daConfederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Todos os subíndices da pesquisa contribuíram para a queda mensal, que chegou a 2,8% em relação a janeiro.