A Secretaria de Saúde de Maringá divulgou na última segunda-feira (17), durante reunião do Comitê Municipal de Combate à Dengue, o índice geral de 2,4% de infestação do mosquito Aedes aegypti. A média é considerada além do recomendado pela Organização Mundial de Saúde e que exige a mobilização da sociedade. A situação é preocupante e é necessário o envolvimento de todos para evitar que esses números aumentem, alertou o secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi.

Na região Norte da cidade – nos bairros Champagnat, Conjunto Paulino, Requião, Jardim Paulista e Colina Verde – o índice atingiu 5,1%, deixando a área com a classificação de alto risco. Devido ao grande número de casos registrados na região, a Secretaria de Saúde determinou a abertura de duas Unidades Básicas de Saúde, Quebec e Pinheiros, até às 22 horas. As demais 29 unidades funcionam das 7 às 18 horas.

A orientação da secretaria é para que qualquer pessoa com sintomas de dengue não faça a automedicação e procure imediatamente a UBS mais próxima da residência para que se faça o tratamento correto.

O último levantamento de índice de infestação da dengue, realizado em dezembro do ano passado, tinha apontado Maringá com um índice médio de 1. Agora estamos em um período de muitas pancadas de chuva e altas temperaturas. São números preocupantes, já que em algumas regiões da cidade o índice é de mais de 5%. Esses índices podem aumentar de uma semana para outra em alguns bairros que estão entre regiões com índices mais altos. É um alerta para que toda a sociedade se mobilize, ressaltou.

O levantamento do Índice Geral de Infestação Predial realizado entre os dias 10 e 14 de março apontou ainda que a maioria dos focos localizados pelos Agentes Ambientais está no lixo e em resíduos sólidos nos quintais das residências. Este dado mostra que ainda há pessoas que não estão fazendo sua parte, que continuam abandonando copos descartáveis, sacos plásticos, tampinhas de garrafa, papéis de bala, lonas e todo tipo de objeto que acumula água, lamenta Nardi.

Depois do lixo e dos resíduos sólidos, aparecem como principais focos do mosquito da dengue os pratos e vasos de plantas, as tinas e tonéis da construção civil, pneus, depósitos e caixas d’água.

A preocupação do Comitê é que o alto índice de incidência do mosquito pode aumentar o número de casos da doença. O último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde mostra 2.927 casos notificados, sendo que houve a confirmação de 648 casos e de dois óbitos.

O secretário explicou que o Ministério da Saúde classifica os óbitos da doença como dengue ou dengue grave, e não mais como dengue 1, 2, 3 e 4 ou como dengue hemorrágica. Não se fala mais em morte por dengue hemorrágica. Se morre de complicações causadas pela dengue ou por dengue grave.

Outra explicação que causa dúvida em grande parte da população é quanto a utilização do fumacê. Segundo o secretário, o fumacê só é utilizado mediante orientação da Secretaria de Estado da Saúde, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde. O fumacê não é preventivo, é combativo e por enquanto não houve recomendação para que seja utilizado em Maringá, disse.

Segundo o secretário, o prefeito Roberto Pupin determinou que o combate à dengue seja uma ação de governo da Secretaria de Saúde em parceria com as secretarias de Educação, Meio Ambiente, Saneamento, Assuntos Comunitários e Serviços Públicos. Essas secretarias nos ajudam com a educação ambiental, coleta de lixo, fiscalização de terrenos, cercamento de fundos de vale e com a produção de mudas de citronela, repelente natural do mosquito. Nossa missão a partir de agora é somar esforços, anunciar os dados e agir para combater os focos do mosquito, concluiu Nardi.

Em Maringá, é considerada epidemia de dengue quando se atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes. Portanto, se configura epidemia quando se registra de 1.200 a 1.300 casos da doença.