O dólar à vista no balcão foi pressionado nesta segunda-feira, 24, para baixo. Pela manhã, a moeda até chegou a ensaiar uma alta, mas o sinal negativo se sobrepôs, com investidores chamando a atenção para o fluxo positivo de recursos visto desde a semana passada e para o movimento da divisa dos Estados Unidos no exterior.

No encerramento, o dólar à vista valia R$ 2,3210, em queda de 0,13%. No mercado futuro, às 16h45, a moeda norte-americana para abril caía 0,21%, a R$ 2,3255.

No início do dia, a queda do dólar foi limitada pelos números do setor externo divulgados pelo Banco Central. Entre eles, o déficit em conta corrente em fevereiro, de US$ 7,445 bilhões, foi menor que a mediana das estimativas (saldo negativo de US$ 8,1 bilhões, conforme levantamento AE Projeções). O Investimento Estrangeiro Direto (IED), de US$ 4,132 bilhões, superou a mediana (entrada de US$ 3,7 bilhões).

Embora os dados tenham vindo melhores que o esperado, uma fonte explicou que a avaliação geral ainda é negativa. O desempenho da conta corrente e do IED mais à frente preocupam e a expectativa para o ano é de piora, de acordo com o mesmo profissional. É justamente essa leitura que pressiona o dólar para cima, frisou a fonte.

O viés negativo predominou ao longo do dia, uma vez que o ganho de força do real também esteve em linha com a recuperação de moedas emergentes no exterior, que se beneficiaram da diminuição das tensões políticas entre Ucrânia e Rússia.

Outros números avaliados foram o déficit comercial na terceira semana de março, que somou US$ 461 milhões, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e a parcial do fluxo cambial em março, divulgada pelo Banco Central. De acordo com a autoridade monetária, o fluxo neste mês até o dia 20 está positivo em US$ 5,095 bilhões.