Doença é mais comum em indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade, sendo duas vezes mais frequente nos homens que nas mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, é a terceira causa mais comum de tumor do trato genitourinário, estima-se uma incidência de 14 a 20 mil casos por ano no Brasil.

Segundo dados do IBGE, cerca de 10% da população brasileira tem mais de 65 anos de idade. O que exige cada vez mais qualidade na saúde pública e no meio em que se vive, com alimentação equilibrada, prática de atividade física (mesmo que moderada) e bons hábitos em geral.

Estamos falando de uma sociedade formada nos anos 50. Uma sociedade composta lado a lado com o tabagismo, a invasão da comida industrializada, a conquista do espaço feminino no mercado de trabalho – o que acarretou na busca pela ‘refeição rápida’, e por aí vai.

Como consequência, podemos ver um número cada vez maior de pessoas acima do peso, hipertensas e diabéticas. O que é um ‘prato cheio’ para o comprometimento da função renal. O principal órgão responsável por filtrar as impurezas do nosso corpo e eliminá-las por meio da urina.

Segundo a Fundação Pró-Rim, entidade nacional de apoio ao transplante e saúde renal, pessoas que pertencem a esses grupos podem mais facilmente desenvolver o câncer de rim. A doença é mais comum em homens e o diagnóstico hoje em dia muitas vezes é incidental, ou seja, a pessoa vai fazer um ultrassom comum e descobre o tumor. Assim como a doença renal, o tumor é assintomático, cresce lentamente e quando se manifesta, normalmente já está em um grau avançado, explica Jean Cristovão Guterres, urologista da Pró-Rim.

Há algumas semanas pudemos acompanhar o caso do ator Paulo Goulart. Aos 81 anos ele foi vítima do câncer, primeiramente diagnosticado nos rins e depois manifestado nos pulmões.

Sintomas
Guterres explica que os tumores renais, quando são assintomáticos, são diagnosticados por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia ou até ressonância magnética. Entre os sintomas apresentados estão dores lombares, sangramento urinário, hipertensão arterial de difícil controle e até emagrecimento, febre e sudorese. O especialista indica alguns fatores de risco para o câncer renal, dentre eles o tabagismo; obesidade; hipertensão; histórico familiar da doença; doença de Von Hippel-Lindau e pessoas em diálise.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) os tumores renais correspondem de 2 a 3% de todas as neoplasias malignas e têm uma incidência de 30 mil casos novos/ano e 12 mil mortes/ano nos Estados Unidos. No Brasil estima-se uma incidência de 7-10 casos/100 mil habitantes/ano. Existem vários tipos histológicos de tumores malignos no rim: carcinoma de células claras (70-90%), papilíferos (10-15%), cromófobos (4-5 %), ductos coletores (1%) e sarcomatoides (1%).

Tratamento
Guterres explica que na maioria das vezes, é indicada a nefrectomia (cirurgia para a remoção do tumor), que pode ser parcial ou radical. A cirurgia é realizada por via aberta ou laparoscópica. A quimioterapia, a radioterapia e a imunoterapia não são indicados em tumores avançados pela baixa resposta e toxicidade, afirma.
Novos tratamentos estão sendo utilizados, com boa perspectiva de resposta. A sobrevida vai depender do estadiamento tumoral, do grau tumoral que em 5 anos é de 60-85% em tumores restritos ao rim e de 0-15% em tumores com metástases hematogênicas.