Por Giba Bergamim Jr.

SÃO PAULO, SP, 9 de abril (Folhapress) – Mesmo sob protestos do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), a votação do novo Plano Diretor foi adiada para o próximo dia 22 na Comissão de Política Urbana da Câmara de São Paulo, hoje à tarde.

O plano conjunto de regras –que planeja o crescimento da cidade pelos próximos 20 anos– pode ir a plenário só no dia 23. A meta da gestão Fernando Haddad (PT) é que o novo plano seja aprovado definitivamente até o final de maio.

A reunião da comissão ocorreu em meio a manifestações de grupos de sem-teto da cidade. O novo plano prevê maior número de habitações de interesse social para a população de baixa renda.

Segundo o presidente da Comissão, Andrea Matarazzo (PSDB), novas propostas foram apresentadas na última audiência pública e, por isso, elas devem ser analisadas. Muitas das propostas são de vereadores.

O texto foi votado em um momento em que três grupos do movimento sem-teto ocupam pelo menos 20 prédios ou terrenos da cidade as invasões ocorreram entre sexta e segunda-feira passadas.

Entre as reivindicações da Frente de Luta por Moradia, Central de Movimentos Populares e União dos Movimentos de Moradia está a votação do plano e a agilidade nas desapropriações, necessárias para construções de novas unidades.

Na semana retrasada, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto) fez uma manifestação na Câmara para exigir que uma área do Jardim Ângela (zona sul), conhecida como Nova Palestina, ganhe unidades habitacionais para pessoas que ganhem entre 0 e 3 salários mínimos. “Nos sentimos desrespeitados hoje”, disse a coordenadora do MTST, Jussara Basso. Cerca de 200 pessoas lotaram o plenário onde ocorreu a reunião.

O MTST promete reunir 3 mil pessoas no próximo dia 22 para agilizar a aprovação do projeto.

O plano diretor prevê que parte desta área 300 mil m2 seja destinada a habitação de interesse social. Os outros 700 mil m2 da área serão transformados emparque. O prefeito já prometeu assinar um decreto para futura desapropiação da área assim que a Câmara votar o Plano Diretor.

Torres altas

O plano prevê a permissão para construção de espigões em áreas onde estarão os grandes corredores abastecidos por transporte público.

Por outro lado, no miolo dos bairros, haverá restrição para a construção de edifícios altos. Nesses pontos, só serão permitidas construções de até oito andares, exceto em bairros adensados e já cheios de espigões.