Curitiba é uma das cidades que receberá novos profissionais do programa Mais Médicos no decorrer deste mês. A previsão é de que mais 20 médicos cheguem para reforçar a assistência em regiões da capital onde ainda há falta de profissionais de saúde. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, esteve nesta segunda-feira (14) em Curitiba para recepcionar mais 295 profissionais do programa Mais Médicos que chegam para dar suporte ao atendimento da rede básica de saúde em pelo menos 12 municípios paranaenses.

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e o secretário de Saúde, Adriano Massuda, acompanharam a solenidade de recepção aos profissionais do programa, realizada no Salão de Atos do Parque Barigüi na manhã desta segunda-feira.

O ministro ressaltou que com a chegada deste novo grupo de médicos, a maioria vinda de Cuba e de outros países de origem latina, o Paraná passa a ter 100% da sua demanda atendida pela iniciativa do governo federal, o equivalente a 770 médicos. A atuação desses profissionais impacta na assistência de 2,6 milhões de pessoas.

Curitiba já conta com 21 médicos cadastrados no programa atuando desde o segundo semestre de 2013 e tinha feito um novo pedido de profissionais ao Ministério da Saúde. Com mais 20 médicos, o objetivo, segundo o secretário Adriano Massuda, é reforçar o atendimento em unidades que ainda estavam com déficit de profissionais, principalmente em bairros mais distantes. Temos muitas coisas para comemorar na área da saúde em Curitiba e o Mais Médicos é uma delas, que assim como a reforma de 97 unidades básicas de saúde, a construção do Hospital da Zona Norte e outras ações, são ações que estão sendo viabilizadas graças à parceria com o governo federal. Além de melhorar a quantidade de profissionais na rede, melhorou também a qualidade do atendimento, salientou Massuda.

O prefeito Gustavo Fruet, lembrou que a Prefeitura de Curitiba está ampliando o número de médicos para atender a população curitibana e o Programa Mais Médico é uma iniciativa que trouxe um resultado expressivo para a cidade. Até o momento, percebemos um grande impacto na atenção à saúde e um retorno significativo da população, enfatizou.

Chioro destacou que a meta estabelecida pelo programa foi atingida recentemente, com um total de 13.325 médicos alocados em todas as regiões brasileiras. Fizemos uma análise e vimos que alguns municípios brasileiros ainda não tinham aderido ao programa, por uma série de razões. Decidimos fazer um novo ciclo e desta vez mais 120 municípios serão atendidos, comentou o ministro. No total, em todo país, serão mais de 14 mil profissionais, iniciativa que vai beneficiar mais de 48 milhões de brasileiros. Muitas cidades brasileiras não tinham um médico sequer, lembrou.

Também participou da cerimônia a senadora Gleisi Hoffmann, além de prefeitos de vários municípios do Paraná, deputados federais e estaduais.

Registro profissional

Durante a solenidade, Chioro fez a entrega do registro profissional provisório, concedido pelo Ministério da Saúde, a quatro profissionais que estão atuando no Programa Mais Médicos em Curitiba. A cubana Idelmis Soler, que está atuando desde setembro na Unidade Salvador Allende, no Sítio Cercado, disse que já está bem acostumada à rotina de trabalho e à comunidade local, que a recebeu muito bem. Sua colega de Cuba, Idania Marrero, está na US Osternack, contou que está se acostumando ao jeito caloroso dos pacientes, que a recebem com beijos e abraços todas as vezes que vão à unidade. Fernanda Fernandes, que veio da Venezuela e está na US Tarumã, falou que está muito bem adaptada à rotina do trabalho e à comunidade. As pessoas valorizam muito o nosso trabalho, comentou.

Critérios

Mais de 70% dos 13.235 médicos estão alocados em regiões como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios com IDHM baixo ou muito baixo e regiões com população quilombola, entre outros critérios de vulnerabilidade. Em relação à distribuição por região, o Sudeste e o Nordeste concentram o maior número de profissionais, com 4.167 e 4.162 médicos respectivamente. O Sul conta com 2.252, seguido do Norte (1.771) e do Centro-Oeste (883). Outros 305 médicos estão atuando em distritos indígenas.

Entre os critérios de vulnerabilidade utilizados para pré-selecionar os municípios do quinto ciclo estão ter 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza; ter IDHM baixo e muito baixo; com comunidades quilombolas ou assentamentos rurais; e as regiões dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Ribeira; do Semiárido; e as periferias de grandes cidades.

Lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff, o Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de aperfeiçoar a formação de médicos na Atenção Básica, ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país e acelerar os investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde.

Os profissionais do programa cursam especialização em atenção básica, com acompanhamento de tutores e supervisores. Para participar da iniciativa, eles recebem bolsa formação de R$ 10,4 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos participantes.

Além da ampliação imediata da assistência em atenção básica, o Mais Médicos prevê ações estruturantes voltadas à expansão e descentralização da formação médica no Brasil.