Em quinze dias, as ruas da região central de Curitiba, principalmente no Centro no bairro Rebouças, foram cenário de graves acidentes de trânsito, afetando a vida de menos 13 pessoas e seus familiares. Só neste último fim de semana, sete pessoas foram vítimas das quais quatro morreram na hora em colisões ocorridas durante o final da madrugada. Uma delas, uma mulher de 28 anos, perdeu a vida em um acidente na Rua Engenheiros Rebouças. Por estar sem cinto de segurança, o corpo dela foi ejetado para fora do carro, um Gol, que transitava em alta velocidade.
Todos esses acidentes resultaram do excesso de velocidade, desrespeito à sinalização e, grande parte, do uso de álcool por um dos motoristas envolvidos, afirma o tenente Ismael Veiga, oficial da Comunicação do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran). Estes componentes formam o que chamamos de Triângulo da Morte, enfatiza Veiga.
Levantamento do BPTran revela que os cruzamentos do bairro Rebouças e do vizinho Centro, aparecem como os mais perigosos de Curitiba. De janeiro a fevereiro, deste ano, o cruzamento da Avenida Sete e Setembro com a Avenida Marechal Floriano Peixoto, já contabiliza quatro acidentes, o maior do período.

No ano passado, dos quatro cruzamentos mais perigosos identificados em Curitiba, três também estão localizados nas duas regiões — Avenida Mariano Torres com a Avenida Visconde de Guarapuava (11 acidentes), Rua João Negrão com a Avenida Visconde de Guarapuava (10 acidentes) e João Negrão com a Rua Brasílio Itiberê (10 acidentes). O cruzamento da Rua Raul Pompéia com a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, na Cidade Industrial, completa a lista dos quatro mais perigosos em 2013, com 11 acidentes.
Para tentar mudar esse cenário, Curitiba aderiu ao Programa Vida no Trânsito que envolve a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) e BPTRan. A coordenadora do Programa na Saúde, Vera Lídia Alves de Oliveira, revela que com base nos dados do BPTran e da Setran,  as equipes se reúnem semanalmente para analisar os acidentes. No caso da Juscelino Kubitschek, investimos na infraestrutura melhorando a sinalização e esperamos, neste ano, colher os resultados com uma redução no número de acidentes, afirma.
Vera Lídia explica que o projeto envolve equipes de engenharia de trânsito e de educação. A Setran, por meio da Escola Pública de Trânsito, trabalha com a educação ministrando palestras e fazendo intervenções nas regiões onde ocorrem os acidentes. Além de fiscalizarmos os locais, procuramos incentivar aos moradores da área sobre a necessidade de respeitar a sinalização e as leis de trânsito, relata o diretor da Escola Pública de Trânsito da Setran, Cassiano Novo.