Foram apenas quatro partidas oficiais disputadas (duas como titular), um gol, uma assistência e duas eliminações: na semifinal do Campeonato Paranaense e na fase de grupos da Copa Libertadores. Para piorar, Adriano teria transformado o Atlético Paranaense na casa da Mãe Joana, segundo palavras do presidente atleticano, Mario Celso Petraglia. Adriano não serviu ao Atlético. Mas o Atlético serviu ao Adriano.

No ano passado, o atacante foi cotado para reforçar Internacional, Botafogo e Guarani. Nenhum dos negócios avançou. Os problemas médicos e os extracampo colocavam em xeque o futuro da carreira daquele que um dia foi o Imperador. E eis que, após mais de um ano sem clube, Adriano chegou a Curitiba em dezembro. Em fevereiro, assinou um contrato de produtividade com duração de uma temporada – na época, falava-se de algo em torno de R$ 100 mil por mês para o jogador, valor que estaria atrelado à produtividade, patrocínios e vendas de camisas. Ou seja, Adriano abocanhou cerca de R$ 200 mil do Atlético, embora pouco tenha produzido. Talvez, até mesmo, tenha trazido mais problemas ao clube do que ajudado de alguma forma, levando-se em consideração as palavras de Petraglia. Mas o Atlético serviu ao Adriano.

Após 22 meses sem jogar, o atacante entrou em campo durante a partida de estreia do Furacão na fase de grupos da Libertadores, contra o The Strongest. Na última partida do Atlético na competição, também contra a equipe boliviana, no dia 8 de abril, voltou a balançar as redes após 773 dias de jejum. Um gol de oportunismo – alguns dizem que foi um gol feito, já que Adriano teve o trabalho apenas de empurrar a bola para o fundo das redes, mas o fato é que o jogador foi oportunista, estava bem posicionado. Porém, não evitou a eliminação atleticana, a segunda em menos uma semana, as duas com o Imperador em campo.

O Atlético serviu ao Adriano mais do que o Adriano serviu ao Atlético. A prova é que o atacante já tem propostas (provavelmente milionárias) para encontrar uma nova casa. Em entrevista ao canal Sky Sports, o jogador de 32 anos revelou ter recebido sondagens dos Estados Unidos, mundo árabe, Turquia e Europa. Quero continuar a jogar, isso é certo, garante o jogador, que desde 2010 apenas entra em campo. O Atlético, por sua vez, tenta juntar os cacos. Manoel, principal jogador do time, foi afastado. Portugal está mantido, mas contra a vontada da torcida. E tem ainda a punição por conta das confusões na última rodada do Brasileiro 2013 – serão quatro jogos com os portões fechados e cinco longe de Curitiba.