Não há a menor chance de haver bolha imobiliária no Brasil e muito menos em Curitiba. A frase foi proferida pelo consultor Fabio Tadeu Araújo, sócio na Brain Bureau de Inteligência Corporativa, no último dia 12 de abril, durante evento da Rede Imóveis (associação que reúne 13 imobiliárias que atuam em Curitiba) com seus colaboradores.
A palestra abordou vários números do mercado imobiliário brasileiro e curitibano, mas a ênfase foi nas afirmações de que não há neste momento risco de bolha como alardeiam alguns boatos. Fabio enumerou alguns argumentos principais para garantir a solidez do mercado imobiliário: o baixo nível de desemprego, renda da população crescendo acima da inflação, a boa média do valor de entrada nos financiamentos e o baixo índice de crédito imobiliário em relação ao PIB.

Esses fatores mostram que as pessoas estão empregadas e em situação de assumir financiamentos, que estão procurando ter prestações que caibam no orçamento e que há controle na liberação dos créditos por parte dos órgãos financeiros. Não dá para ter bolha em um cenário assim.
Dois dos argumentos do palestrante foram comparados com os Estados Unidos no momento que a bolha imobiliária explodiu por lá. Eles chegaram a emprestar 120% do valor do imóvel. Para um imóvel de US$ 100 mil a pessoa levava do banco US$ 20 mil a mais para usar no que quisesse. É claro que ia dar problema. No Brasil, o limite é 80%, mas ainda assim o consumidor tem financiado em média 64,9% do valor do imóvel. Outra questão é que o crédito imobiliário no Brasil representa 8% do PIB. Nunca, na história das crises no mundo, houve bolha quando o país tem crédito imobiliário abaixo de 50% do PIB. Em 2011, os EUA, por exemplo, estavam com 74%.
Curitiba — Embora não haja risco de bolha, Curitiba passa sim, na visão do consultor, por um excesso de ofertas. Mas, de acordo com Fabio, de forma pontual. Entre 1999 e 2007 foram colocados no mercado curitibano entre 30% e 50% menos imóveis do que o necessário. Criou-se um vazio que foi preenchido nos últimos anos. Saímos de sete mil imóveis entregues em 2008 para 20 mil no ano passado. Agora esse número vai se estabilizar em uns 17 mil imóveis nos próximos anos. O número de alvarás residenciais liberados para construção, por exemplo, caiu 30% em 2013.