Por Tatiana Cunha, Enviada especial
XANGAI, CHINA, 16 de abril (Folhapress) – Às vésperas do início dos treinos para o GP da China de F-1, salários atrasados desde o ano passado podem fazer com que os pilotos promovam uma greve em breve caso as dívidas não sejam quitadas.

De acordo com a revista alemã “Sports Bild”, cinco pilotos estão com os salários atrasados: Kimi Raikkonen, que ainda não recebeu o que deve da Lotus, um dos motivos para sua saída do time no fim do ano passado, Roimain Grosjean, que permanece na equipe, Nico Hulkenberg, que trocou a Sauber pela Force India nesta temporada, Adrian Sutil, que fez o caminho inverso, e Kamui Kobayashi, que correu na Sauber em 2012 e agora está na Caterham.

De acordo com a publicação, os competidores que fazem parte da GPDA, a associação de pilotos da F-1, assinaram um documento no qual se comprometem a fazer greve caso os atrasos continuem.

Apenas Raikkonen, que não faz parte da associação, e Lewis Hamilton, se recusaram a assinar o papel. “O que falamos nas nossas reuniões preferimos manter entre nós [pilotos]. Mas os times já estão cientes da situação”, afirmou Hulkenberg.

“Claro que um piloto pode ser facilmente substituído atualmente. Talvez não com a mesma qualidade, mas eles [os times] podem se aproveitar disso.”

O piloto alemão, no entanto, reconhece que as equipes não estão atrasando os salários por qualquer razão.

“Eles não estão fazendo isso por diversão. O dinheiro obviamente não chegou para eles. A F-1 é um esporte muito caro”, completou Hulkenberg, que esteve perto de se transferir para a Ferrari, mas acabou preterido por Raikkonen na escuderia italiana.

Esta, porém, não é a primeira vez que os pilotos ameaçam fazer greve. Em 2011, a razão era o temor pela mudança no regulamento, que podia deixar a categoria menos segura. Dois anos antes, a razão havia sido o aumento no preço da superlicença. Nenhuma das greves, porém, saiu do papel.