O Vasco ainda não digeriu a perda do título do Campeonato Carioca, que escapou das mãos do time no finalzinho do clássico contra o Flamengo, no último domingo, no Maracanã, onde Márcio Araújo marcou o gol do empate rubro-negro em posição irregular e garantiu o empate por 1 a 1 no confronto. Por meio de nota publicada em seu site oficial, o clube voltou a expressar revolta com o erro da arbitragem e agora atacou de forma dura o presidente da Federação Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes.

O clube exibiu indignação com as declarações dadas pelo dirigente na última terça, quando ele fez um balanço sobre o último Campeonato Carioca e, entre outras coisas, minimizou o peso que o erro da arbitragem no segundo jogo da decisão da competição teve para o torneio.

“Reclamações de arbitragem são comuns em todos os campeonatos no mundo todo. É infantil imaginar que os limites da percepção humana, em fração de segundos, de um único ângulo e com apenas uma chance de observação para decidir, possam superar os recursos tecnológicos que às dezenas, distribuídos em vários ângulos e ainda com replay, tantas vezes quantas forem necessárias ao esclarecimento da dúvida encontram-se hoje disponíveis”, chegou a dizer Lopes ao comentar o impedimento não marcado pela arbitragem que acabou decidindo o campeonato.

O Vasco ainda abriu seu comunicado tratando de outro tema ao insinuar que o dirigente acusou o clube de incitar a violência. Na última terça-feira, a sede da Ferj foi atingida por pedradas e uma delas quebrou a vidraça da recepção do local.

“As declarações do presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro foram extremamente lamentáveis. O mesmo imputou à diretoria do Vasco da Gama supostos incidentes ocorridos em sua sede, mediante a espúria alegação de que o clube estaria incitando seus torcedores à violência. Deflagra um discurso clichê, extremamente piegas, buscando angariar alguma comoção e subverter a realidade de uma situação claramente definida aos olhos de todas as pessoas, não apenas dos usurpados torcedores vascaínos, mas de todos, repita-se, que tiveram a oportunidade de assistir ao imensurável erro de arbitragem que subtraiu um legítimo título do Club de Regatas Vasco da Gama”, ressaltou o Vasco, no início de sua nota oficial, publicada no final da noite da última terça.

O Vasco ainda acusa o presidente da Ferj de se ver “acuado diante da verdade dos fatos” e de querer “desviar o foco” ao ter apontado, na última terça, que o clube deixou de tomar decisões enérgicas em outras ocasiões, diferentemente do que acontece agora, quando o clube tenta anular na Justiça a partida de volta da final do Campeonato Carioca.

“Salta aos olhos que é muito mais fácil atribuir à diretoria (do Vasco) a perda de um título do que assumir sua participação direta no fatídico episódio, omitindo que por várias vezes o Vasco solicitou árbitros de fora do Estado (para dirigir partidas decisivas do Carioca). Essa é a característica dos que se sentem acuados pela verdade dos fatos e giram sua metralhadora em todas as direções para buscar mitigar o foco central do inexplicável”, destaca a nota.

Para completar, o Vasco ainda deixou claro que vê Rubens Lopes como um apoiador da candidatura de Eurico Miranda na próxima eleição do Vasco, fato que levaria o dirigente a dar pouco valor aos fracassos da gestão de Roberto Dinamite. “Quanto ao tom de ironia e deboche pelo sofrimento do Vasco, o presidente da Ferj deve estar apostando seu cacife na sucessão presidencial que se avizinha, certo de que ela trará de volta seu padrinho e protetor e tudo passará sem maiores consequências”, apontou a nota.

E, por fim, o clube prometeu se empenhar em tomar “todas as medidas para responsabilizar o presidente da Ferj e da Comissão de Arbitragem pelos prejuízos causados ao Vasco, sem medição de esforço”.