Por Tai Nalon, Eduardo Cucolo e Sofia Fernandes

BRASÍLIA, DF, 16 de abril (Folhapress) – A presidente Dilma Rousseff defendeu hoje o legado da Copa do Mundo no Brasil. Em discurso durante o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, afirmou que obras como as dos aeroportos e melhorias na rede de telecomunicações não são apenas para o evento esportivo, mas para uso da população. Segundo ela, “tudo o que a gente arrumar na casa fica depois para nós”.

O governo tem enfrentado desgaste por conta dos gastos com obras para a Copa. Por conta disso, iniciou campanha de esclarecimento para mostrar benefícios que o Mundial poderá proporcionar. De outro lado, tem atuado para emplacar tom mais emocional na defesa da Copa no Brasil.

Pesquisa Datafolha mostrou na semana passada que mais de a metade da população brasileira acredita que a Copa do Mundo trará mais prejuízos do que benefícios ao país.

Para 55% dos entrevistados, a competição vai resultar em problemas para a população em geral, contra 36% que estão otimistas com melhorias que a Copa deixará para o Brasil (9% não souberam responder a pergunta).

“Nós, nesses grandes eventos, estamos aprendendo. Aprendemos com a Rio+20, com a Copa das Confederações. Temos certeza que a Copa é outra questão. É o futebol voltando para casa, é algo que todos os brasileiros, todos, sem exceção, mesmo os que falam contra a Copa, eles acabarão numa torcida apaixonada pelo nosso time”, disse a presidente.

“Mas nós, que compomos o pano de fundo, nós temos de dar conta de uma Copa que tem que ser segura, tem que ser confortável para as pessoas que veem, e tem de ser carinhosa na recepção”, continuou.

Segundo Dilma, mesmo a concessão dos aeroportos com objetivo de ficar pronta para o Mundial serão usados para a construção de outros 270 aeroportos regionais, a serem entregues depois do evento.

“Nós usamos o dinheiro da outorga para fazer 270 aeroportos neste país. Por que fizemos isso? Porque um país desta dimensão tem que tem mais de 270, que o país precisa, mas estamos fazendo 270 aeroportos”, disse.

Violência

Também por conta do evento, a presidente defendeu o “aperfeiçoamento da segurança” e disse que o governo federal não irá “pactuar com qualquer tipo de violência”.

“Nós colocaremos segurança pesada na Copa. As nossas Forças Armadas (…) farão toda a retaguarda e também a contenção. Nós usaremos a nossa Polícia Federal, a nossa Polícia Rodoviária Federal, e temos parceria com todos os governadores”, disse.

“Não há a menor hipótese de o governo federal pactuar com qualquer tipo de violência. Não deixaremos em hipótese alguma a Copa ser contaminada. É um evento importante para o país”, continuou.

Segundo ela, o evento é de “responsabilidade do governo federal”, mas disse que “gostaria muito que todos os brasileiros ajudassem”.