SÃO PAULO, SP, 16 de abril (Folhapress) – O crescimento da China ligeiramente acima do esperado por economistas trouxe alívio aos mercados de ações globais hoje.

Enquanto lá fora as Bolsas americanas e europeias subiram mais de 1%, no Brasil o Ibovespa, principal índice do mercado nacional, avançou 1,48%, a 51.200 pontos. O volume financeiro movimentado foi de R$ 10,163 bilhões.

O movimento foi ajudado pela briga de posições entre os investidores, num dia com vencimento de opções sobre índice (quando encerram os prazos de papéis que apostam na pontuação futura de índices).

A economia da China cresceu 7,4% entre janeiro e março deste ano em relação ao mesmo período de 2013. Apesar da desaceleração em relação ao crescimento de 7,7% visto no último trimestre do ano passado, o número veio ligeiramente melhor que os 7,3% esperados.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil e um dos motores da economia mundial.

“É um crescimento expressivo, apesar de ter diminuído em relação à alta vista nos três últimos meses do ano passado. Aparentemente o governo chinês vai conseguir manter a projeção de crescimento em torno de 7,5% em 2014, o que traz alívio aos investidores”, diz João Pedro Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos.

Os papéis mais negociados da mineradora Vale fecharam em alta de 1,00%, enquanto as ações ordinárias da companhia (menos negociadas e com direito a voto) avançaram 0,45%. A China é o principal destino internacional do minério produzido pela companhia brasileira.

Também influenciaram a alta do Ibovespa os papéis mais negociados da Petrobras, que encerraram o dia com ganho de 3%, devolvendo parte da perda de 3,83% registrada ontem.

A ação da companhia de logística ALL ficou entre as maiores altas do índice, com avanço de 3,09%, depois de a empresa ter divulgado sua prévia operacional do primeiro trimestre. Além disso, o conselho da ALL aprovou ontem a proposta para incorporação da empresa pela Rumo, da Cosan, o que já vinha sendo antecipado pelo mercado.

Hoje, a BM&FBovespa divulgou a segunda prévia da carteira teórica do Ibovespa, que vigorará entre 5 de maio e 29 de agosto. Segundo a lista, Itaú Unibanco e Bradesco passam a ter peso maior sobre o índice do que as ações mais negociadas de Petrobras e Vale.

Assim como na primeira prévia, a entrada da mineradora MMX foi mantida e a saída da companhia de diagnósticos Dasa também. Em contrapartida, houve a volta da companhia de logística Prumo, ex-LLX, que faz parte do Ibovespa atualmente e havia ficado de fora da primeira prévia.

As ações do Itaú Unibanco subiram 1,82%, enquanto os papéis do Bradesco, 1,17%. A MMX e a Dasa registraram perdas de 0,37% e 2,06%, respectivamente. Já a Prumo disparou 3,57%.

EUA

“Também colaborou para o avanço da Bolsa brasileira hoje a declaração da Janet Yellen (presidente do banco central dos Estados Unidos) reforçando que os juros americanos vão permanecer próximos de zero por mais algum tempo”, diz Pedro Galdi, analista-chefe da Spinelli Corretora.

Yellen disse que a economia daquele país está progredindo lentamente na direção do pleno emprego. E o Livro Bege do Fed, relatório sobre a economia elaborado pelo Fed após consulta a participantes do mercado, mostrou que o desempenho das empresas americanas tem melhorado em ritmo moderado.

O otimismo ajudou o dólar a fechar em leve queda. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve desvalorização de 0,10% sobre o real, cotado em R$ 2,237 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,17%, a R$ 2,242.

Das 24 principais moedas emergentes do mundo, 21 se valorizaram em relação ao dólar, num movimento de ajuste à queda generalizada vista ontem.

O Banco Central deu continuidade hoje ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swaps cambiais (operação que equivale à uma venda futura de dólares), no valor de US$ 197,9 milhões.

A autoridade também vendeu 10.000 swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio, por US$ 494,7 milhões.