O deputado licenciado, André Vargas (PT), formalizou ontem, na Mesa Diretora da Câmara a renúncia ao cargo de vice-presidente da Casa. O documento não apresenta, no entanto, nenhuma menção à possibilidade de ele abrir mão do mandato de parlamentar. Fontes do PT afirmavam ontem que ele teria desistido de renunciar ao mandato depois que o Conselho de Ética recomendou que a presidência da Câmara não aceitasse o pedido, já que o processo contra ele já foi aberto.

O texto da carta entregue na Mesa é o mesmo lido pelo líder do PT na Câmara, Vicentinho (PT/SP), no última quarta-feira, no Salão Verde da Câmara. Na ocasião, Vargas explicou que tomou a decisão de deixar a vice-presidência após a abertura do processo disciplinar contra ele no Conselho de Ética. O processo foi aberto após ser revelado que o petista tinha viajado em um jatinho emprestado pelo doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

O líder do PT, Vicentinho, comunicou que até o próximo dia 29 a bancada deverá indicar o nome para o lugar do paranaense. Entre os mais cotados para o cargo estão os deputados José Guimarães (CE) e Paulo Teixeira (SP). Em relação à possível renúncia de André ao mandato, até o momento nada foi formalizado. O petista chegou a anunciar que iria renunciar na terça-feira, mas recuou da ideia. Por meio de nota, informou que estava reestudando a hipótese de renúncia ao mandato.

Presidente do PT defende saída
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu ontem que o deputado federal licenciado André Vargas (PT) renuncie ao mandato.  Questionado sobre como ficaria a situação de Vargas após recuar da decisão de abrir mão do cargo na Câmara, Rui Falcão disse: Acho que ele já deveria ter renunciado.
Antes das declarações do presidente do partido, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (PT-SP), também afirmou que a melhor solução para Vargas é a renúncia ao mandato.