SÃO PAULO, SP, 17 de abril (Folhapress) – Pelo menos três pessoas morreram hoje durante um ataque a uma base da Guarda Nacional em Mariupol, na Província de Donetsk, no sul do país. Segundo o governo ucraniano, os mortos eram milicianos pró-Rússia.

Este é o incidente confirmado mais grave desde o início da operação do Exército para desfazer ocupações e bloqueios montados há duas semanas por manifestantes pró-Rússia em três Províncias do leste do país, na última terça

O ministro do Interior, Arsen Avakov, afirmou que os mortos faziam parte de um grupo de 300 pessoas, todas armadas, que pretendiam invadir o local. Outros 63 homens foram detidos e mais 13 ficaram feridos, nenhum deles integrante da Guarda Nacional.

Na versão do governo ucraniano, os insurgentes começaram o ataque lançando coquetéis molotov e depois abriram fogo contra os guardas. Após os disparos, os agentes responderam, com o apoio de outras unidades do Ministério do Interior e das forças de segurança da cidade.

Integrantes do movimento separatista dizem, no entanto, que o protesto era pacífico e que não foi disparado nenhum tiro do lado dos rebeldes. Eles afirmam que reagiram com coquetéis molotov quando os militares começaram a disparar. A mesma versão é contada por vizinhos à base.

A ação acontece no primeiro dia de negociações entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia para dar fim à crise. Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, negou qualquer influência na revolta no leste da Ucrânia e disse que Kiev comete “um grave crime na operação contra os insurgentes.

Insurgentes

Com mais de 450 mil habitantes, Mariupol fica a 60 km da fronteira com a Rússia e é a segunda maior cidade da Província de Donetsk. Outras dez cidades da região têm ocupações de militantes pró-Rússia, sendo as maiores em Slaviansk e Kramotorsk.

Na região, os milicianos conseguiram capturar na quarta blindados militares, após rendição de soldados ucranianos. Os veículos foram levados para o prédio das forças de segurança de Slaviansk, que está ocupado, e saíram em missão secreta hoje.

Mais cedo, o presidente Oleksander Turchinov chamou de “covarde” a brigada responsável pelos blindados e anunciou a dissolução do grupo e o julgamento de seus integrantes. As autoridades ucranianas também prenderam nesta quinta dez suspeitos de serem agentes do Serviço Secreto russo.