Menos de um dia depois que autoridades da Rússia, Ucrânia, dos Estados Unidos e da União Europeia propuseram um acordo para o desarmamento e a desocupação de prédios públicos no Leste ucraniano, os separatistas pró-Rússia negaram aderir às negociações. A proposta anunciada quinta-feira (17) pretende reduzir o nível de tensão na antiga república soviética, e prevê anistia a quem desocupasse e se desarmasse.

“Aceitamos que os edifícios sejam desocupados, mas primeiro [o primeiro-ministro, Arseniy] Yatsenyuk e o [presidente em funções, Oleksandr] Turchynov devem sair dos edifícios que estão ocupando ilegalmente desde o golpe de Estado”, declarou Denis Pushilin, porta-voz da autoproclamada República de Donetsk. Os rebeldes que apoiam a Rússia continuam nos edifícios públicos na zona sudeste da Ucrânia.

Pushilin disse que os separatistas não foram consultados e que o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, “não assinou” em seu nome. De acordo com o separatista, os manifestantes que apoiam Moscou vão fazer pressão para que um referendo regional de soberania no leste da Ucrânia seja promovido em maio, e alertou: “Estamos à espera de uma escalada no conflito.”

O acordo foi obtido nessa quinta-feira (17) em Genebra, na Suíça, entre o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Dechtchitsa, e a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Catherine Ashton. As autoridades ucranianas, porém, expressaram certo ceticismo quanto ao acordo, já que o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk afirmou “não ver esperanças” para que seja cumprido.

Após o anúncio do acordo dessa quinta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que podem haver mais sanções à Rússia caso as milícias separatistas não sejam desarmadas. Os Estados Unidos, a UE e a Ucrânia acusam a Rússia de organizar os manifestantes em várias cidades do Leste da Ucrânia, o que é negado por Moscou.