Por Diana Brito e Osni Alves
RIO DE JANEIRO, RJ, 19 de abril (Folhapress) – Ao menos quatro ônibus, duas caminhonetes e dois carros foram incendiados na tarde de hoje na região do morro do Caramujo, em Niterói (RJ), na região metropolitana do Rio.
O ato foi uma forma de protesto pela morte de Anderson Silva, 21, morto ao ser atingido por dois tiros durante operação da Polícia Militar, na madrugada de ontem. Na ocasião, o jovem deixava a vigília de Páscoa na igreja Nossa Senhora de Nazareth.
Não há informações de feridos. Por volta das 14h30, a RJ-104, que liga o Rio de Janeiro a região dos Lagos, estava totalmente interditada por barricadas montadas pelos manifestantes, segundo informações do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) da Polícia Militar.
Um motociclista foi parado e obrigado a retirar combustível da moto para que os manifestantes usassem para incendiar barreiras de madeira na pista.
Parte da Alameda São Boaventura também foi fechada. Motoristas já enfrentam congestionamento a partir da Ponte Rio-Niterói. Policiais dos Batalhões de Operações Especiais e do Choque chegaram para dar reforço ao BPRV.
Crime
Moradores disseram à Polícia Civil que ao escutar tiros, Anderson Silva se jogou na frente da família e acabou sendo atingido por dois tiros na cabeça. A irmã do jovem, de apenas nove anos, também foi baleada no braço e está no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo. O caso aconteceu por volta de 3h30 de ontem.
Amigo do jovem morto, Carlos Henrique Costa, 21, disse que o tiroteio aconteceu durante um conflito entre criminosos e policiais do 12º Batalhão de Niterói. De acordo com a pastoral da Igreja Católica de Niterói, Anderson Silva participava do conjunto musical da igreja.
A favela do Caramujo fica entre os bairros do Fonseca, Ititioca, Santa Bárbara, Sapê, Baldeador e Viçoso Jardim, em Niterói.