Duas cidades símbolos de seus países, fazem aniversário hoje: Roma, chegando ao seu terceiro milênio, e Brasília, com pouco mais de meio século. Ambas concentram poder e regem destinos do povo.

Hoje, 21 de abril, Roma completa 2.767 anos. Quase 3 mil anos de glórias, lutas, conquistas e um passado artístico sem igual. A história de Roma começou no ano 753 antes de Cristo.

No centro da praça do Capitólio, a majestosa estátua de Marcus Aurelius, único monumento equestre romano que chegou até nossos dias intacto, domina a cidade. Foi Michelangelo que a colocou ali, quando o Papa o encarregou de renovar a praça, no auge da Renascença, época em que Roma estava sendo restaurada.

O Capitólio resume a história de Roma, tendo sido a antiga fortaleza da cidade-Estado, como a Acrópole de Roma. Dando início a uma nova era, com o crescimento da cidade que se tornou um imenso império.

A pequena cidade construída sobre sete colinas, comandou toda a Itália. E avançou pelo Mediterrâneo, cruzou os Alpes, deixou marcas em todo o mundo Ocidental. Espanha, Portugal, França, Romênia, além da Itália, falam línguas derivadas diretamente o latim, enquanto as línguas germânicas, como o inglês, alemão e holandês, guardam em seu vocabulário palavras latinas.

Inglaterra, Alemanha, Tunísia, Península Balcânica, Argélia, Oriente Médio, costa da Turquia têm como atração turística teatros, pontes, fortificações, banhos públicos e cidades do período romano.

Quando a Itália conseguiu realizar seu sonho de unificação, há mais de um século, a escolha para a capital do novo Estado recaiu sobre Roma. Abaixo da Colina Palatina ainda há traços das cabanas etruscas que os primitivos habitantes construíram oito ou nove séculos antes de Cristo. Depois surgiram os prédios de pedra, as fortalezas maciças no Capitólio e os templos de Júpiter e Juno.

Daquele centro a cidade cresceu em direção aos vales das cercanias. No período Republicano os prédios ficaram mais majestosos e elaborados, em tijolos e pedras, como muito mármore decorado de bronze. Ainda há altas colunas nos locais onde existiam o Forum, os mercados, os edifícios públicos onde antes era a Capital do Império.

A Renascença romana foi em grande parte construída sobre monumentos do passado e, muitas vezes, com o próprio material desses monumentos. As placas de bronze e frisas do Pantheon foram fundidas no século XVII para serem transformadas por Bernini no baldaquim da Catedral de São Pedro.

Fotos: Dayse Regina Ferreira

Na capital italiana, a arquitetura marca as várias fases históricas e já vale a viagem

Abaixo das camadas de terra e poeira depositadas por centenas de anos sobre a velha cidade, as fundações dos antigos edifícios ainda permanecem. Escavações arqueológicas são realizadas a todo instante, mostrando o renascer da cidade antiga que existe debaixo da Roma moderna.

Visitar Roma é viajar através das camadas do passado, encontrando as colunas que já existiam no tempo de Júlio César, paredes que viram São Pedro e São Paulo passarem, torres de castelos medievais, fachadas criadas por Michelangelo ou Bernini.

Nos seus inúmeros museus, Roma guarda um dos maiores patrimônios artísticos jamais coletados. Há museus de arte antiga, museus egípcios, museus orientais, museus de arte moderna, galerias de pintura e escultura. Há museus pertencentes ao governo e outros cujas peças foram sendo reunidas pelos Papas e que hoje podem ser vistos na Cidade do Vaticano.

Há praças em toda parte. E estátuas em todas as praças, além de fontes. A mais conhecida é a Fontana de Trevi, a mais famosa é a da Piazza Navona, uma das praças mais bonitas do mundo, onde fica a Embaixada do Brasil. Também os jardins de Roma figuram entre os mais belos do planeta, com vilas da Renascença e do período Barroco abrigando obras de arte. Os jardins da Villa Borghese são o melhor exemplo.

Roma é cidade de mil surpresas. O turista vai encontrar centenas de passeios interessantes, restaurantes e trattorias, lojas do maior requinte, onde são comprados os últimos lançamentos da moda. Ou bancas nas feiras, vendendo todos os tipos de artigos, velharias, antiguidades.


Em Roma o passado renasce todos os dias

Roma é ideal para quem gosta de fotografia, porque em cada esquina há um ângulo perfeito, um detalhe interessante, uma personalidade ou um tipo exótico. Embora seja essa mistura de tantas histórias do passado, é também uma cidade cheia de energia, vida moderna, lançamentos.

Já no trajeto do aeroporto para o centro da cidade, o turista vai passando por uma das mais antigas basílicas da Itália, a São Paulo Fuori Muri. Depois verá a pirâmide dos tempos romanos, atrás da qual fica o cemitério onde estão enterrados John Keats e o coração de Shelley; a imponente colina do Palatino, coroada com a floresta de antigos arcos, remanescentes do palácio dos Césares. E então o Coliseu.

Entre abóbodas, colunas e arcos e a vida moderna, vivem mais de 3 milhões de habitantes, que frequentam 500 igrejas, cerca de 370 bancos, mais de 100 mercados e cerca de 1.300 hotéis. Na capital italiana, tudo pode acontecer. É preciso desvendar seus mistérios, descobrir o espírito romano e aprender que a arte vive no meio das pessoas e as pessoas vivem no meio da arte.

A visita de descobertas está nas mãos dos turistas: os seus pés. Roma pede para ser observada lentamente, rua por rua, praça por praça, observando as pessoas, ouvindo pedaços de conversa, saboreando um bom prato e um bom vinho. Se Roma não foi feita em um dia, como diz o ditado, também não pode ser vista em pouco tempo. Para que não se caia no pecado dos estereótipos, das visitas obrigatórias, dos itinerários sempre cumpridos, sempre os mesmos.

É preciso um pouco de fantasia para fazer descobertas próprias. Porque a cidade foi feita com a fantasia e imaginação dos artistas durante séculos, durante milênios, para chegar a tanta beleza e história. Roma deve ser saboreada. De preferência com uma taça de vinho branco Frascati ou Est, Est, Est. Ou o Verdicchio e o Falernum que combinam com frutos do mar. Nos tintos, perfeitos para um pôr do sol, prefira o Chianti, Valpolicella ou Barolo. No aperitivo, faça como os romanos: peça Campari ou Vermute branco seco. E na sobremesa, o Marsala, Malvasia e Vin Santo. Quem gosta de licores vai escolher o Strega, Stock Brandy e Sambuca.


Fartura e variedade no mercado de Campo dei Fiori

BRASILIA FAZ FESTA PARA SEUS 54 ANOS
Apesar de ser uma realidade recente – afinal, pouco mais de meio século não é nada para uma capital de país continental – ela existiu há muito tempo na imaginação e no desejo de alguns e nas visões proféticas de outros.

Concretização de um sonho, levou dois séculos para materializar um ideal. Já no ano de 1750, quando o cartógrafo goiano Francisco Tossi Colombina mapeou o Estado de Goiás, apontou a região de Brasília como a mais indicada para sede do governo da Colônia, então localizada em Salvador.

A primeira mudança da Capital aconteceu no ano de 1763, passando a sede do Governo Colonial para o Rio de Janeiro, uma escolha errada, já que por razões de segurança e acesso às demais capitanias, não era a solução ideal.

Em 1789 houve o primeiro movimento importante, objetivando liberar o Brasil do domínio português. A Inconfidência Mineira também pretendia a interiorização político-administrativa do País, pretendendo manter o governo central afastado dos portos. Foram muitos os acontecimentos que antecederam a data de 30 de agosto de 1883, quando São João Bosco teve o sonho-visão que antevia o surgimento de uma nova Capital no centro do Brasil, polarizando um futuro de glórias na América do Sul.

A visão foi transmitida durante reunião do Capítulo Geral de sua congregação, no dia 4 de setembro do mesmo ano. São João Bosco viu a si mesmo partindo de uma estação ferroviária, atravessando a selva amazônica, rios, matas, cordilheiras. Viu riquezas incomparáveis, que seriam descobertas e ,entre os paralelos 15º e 20º , próximo as Lagoas Feia, Formosa e Mestre D’Armas, na cabeceira do rio Preto, surgir uma nova civilização.

A profecia cumprir-se-ia antes da segunda geração. Para o lugar visualizado por Dom Bosco, foi enviada em 1892 a Comissão Cruls, que determinou a área definitiva para a construção da nova Capital, passando a ser conhecida como o Quadrilátero Cruls.

Em Planaltina, no dia 7 de setembro de 1922, foi lançada a pedra fundamental da cidade, como parte das comemorações do Centenário da Independência. As diversas Constituições Republicanas de 1891, 1934, 1946, referiram-se à transferência da Capital para o planalto central, mas foi sob as disposições dessa última que se concretizaram as providências decisivas para a mudança. No dia 21 de abril de 1960, como homenagem aos Inconfidentes, a Capital do Brasil foi oficialmente transferida para Brasília.

A posição geográfica de Brasilia tornou-a ponto de partida para as cidades históricas do interior goiano, intensificando o fluxo turístico a Pirenópolis, famosa pelas comemorações da Semana Santa, assim como Jaguará, Pilar de Goiás, Corumbá, Trindade e Goiás. A cidade de Cristalina, procurada pelo comércio de pedras semi preciosas e pelo cristal de rocha, é considerada como área de apoio turístico do Distrito Federal.

Foi com vidro e concreto que se fez a cidade do futuro, unindo os projetos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Os palácios foram as primeiras edificações erguidas no desértico Planalto Central e logo se transformaram em visitas dos roteiros turísticos: Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, Palácio do Planalto e da Alvorada, Congresso Nacional e Palácio da Justiça, que simbolizam a concepção arquitetônica de Brasília.


Arte sempre, mesmo a efêmera, feita na hora

O Teatro Nacional lembra pirâmides astecas e a Catedral de Brasília é símbolo da cidade, imagem de Fé, como duas mãos em prece, voltadas para o alto. É na Torre da Televisão, quinta mais alta no mundo, que os visitantes costumam subir ao mirante, para apreciar o pôr do sol famoso.

Uma solenidade mensal, a troca da bandeira, hasteada a 100 metros de altura, é realizada no primeiro domingo do mês. Brasilia não tem idade para ser histórica ou tradicional. Mas tem a memória que resistirá, erguida em ação, vontade, concreto e vidro. O turismo de Brasília é o visita ao futuro.

Brasília ganhou esquinas com música, repletas de bares e sons para todos os gostos. Berço de muitos músicos e bandas de renome, revela talentos em todos os estilos, do rock ao jazz, do pop ao rap, da música eletrônica e dos dj’s.

O centro de decisões nacionais tem hoje identidade, sotaque e jeito característicos. A utopia virou realidade e assumiu o papel de cidade atuante e moderna. Lugar de gente exigente, sempre à procura do novo, inserido na moda, na rota da cultura, da tecnologia e de todos os prazeres mundanos.

Para eventos e exposições usa os espaços do Centro Cultural Contemporâneo Venâncio – ECCO, Teatro Nacional Cláudio Santoro – Foyer da Sala Villa Lobos e Galeria Athos Bulcão, além dos museus: Museu Vivo da Memória Candanga, Memorial dos Povos Indígenas, Museu de Arte de Brasília, Casa Park. Brasília realiza o Festival Internacional de Cinema e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Como resultado do misto de variadas e ricas regiões brasileiras e internacionais, faz parte do universo da gastronomia, com restaurantes inovadores e cheios de charme, onde chefs e restauranteurs se esmeram em criar identidade própria

O Parque da Cidade tem 4,2 milhões de metros quadrados, com urbanismo de Lúcio Costa e arquitetura de Niemeyer, lugar onde durante o dia e final de tarde todos se encontram, pedalam, patinam, correm ou fazem ginástica. O turismo cívico inclui além da Praça dos Três Poderes, os Ministérios, a Esplanada, o Memorial JK, o Itamaraty.

Apesar de estar longe do oceano mais próximo, a cidade de muitos quilômetros de orla, graças ao Lago Paranoá, considerado o maior lago artificial do mundo, onde é possível passear de barco, de iate ou de lanchas. Lá está uma das mais belas pontes do planeta, a ponte JK. Presidente que dizia tudo se transforma em alvorada nesta cidade que se abre para o Amanhã.

Divulgação

Catedral de Brasilia – Um dos destaques da capital federal, a Catedral é monumento de beleza