SÃO PAULO, SP, 23 de abril (Folhapress) – As ilhas Senkaku, sob poder japonês, mas que a China reivindica sob o nome de Diaoyu, estão cobertas pelo tratado de segurança entre Japão e Estados Unidos, declarou o presidente americano, Barack Obama, a um jornal japonês.

“A política dos Estados Unidos é clara. As ilhas são administradas pelo Japão e, portanto, entram no âmbito do artigo 5 do tratado de cooperação e segurança assinado por Estados Unidos e Japão”, afirma Obama na entrevista publicada no Yomiuri Shimbun, o jornal japonês de maior circulação.

Obama, que chegou hoje ao Japão, na primeira etapa de um giro asiático que o levará à Coreia do Sul, Malásia e Filipinas, também se referiu à China.

“Também disse ao presidente chinês, Xi Jinping, que as nações tinham interesse em administrar estas questões marítimas de forma construtiva, inclusive no Mar da China Oriental”, afirmou.

“As divergências devem ser resolvidas através do diálogo e da diplomacia, e não pela intimidação e coerção”, acrescenta o presidente americano.

Obama pretende tranquilizar Tóquio e outros aliados sobre o compromisso dos EUA com a defesa comum diante de uma China cada vez mais assertiva. A viagem acontece num momento de crescente tensão na região, quando Washington pede à Coreia do Norte que evite novos testes nucleares.

Há um ano, as relações entre China e Japão estão abaladas pelo conflito territorial provocado por estas ilhas localizadas no Mar da China Oriental, 200 km a nordeste de Taiwan e 400 km a oeste de Okinawa (sul do Japão).

Obama e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, jantaram no tradicional restaurante Sukiyabashi Jiro, considerado o “santuário do sushi”, após a chegada do governante americano em Tóquio.

Esta é a primeira visita de Estado plena de um presidente norte-americano ao Japão desde 1996.

Obama chegou hoje no aeroporto de Haneda, em Tóquio, e sua visita inclui uma cerimônia oficial de boas-vindas, no Palácio Imperial, uma reunião com o imperador Akihito, uma entrevista coletiva conjunta com Abe e um banquete, também no Palácio Imperial.