A possibilidade de Brasil e Espanha se enfrentarem já nas oitavas de final da Copa do Mundo é real. Para isso acontecer, uma das duas seleções terá de avançar para a fase de mata-mata do Mundial como segunda colocada do seu grupo. Como os espanhóis estão em uma chave mais complicada, ao lado de Holanda, Chile e Austrália, o técnico Vicente Del Bosque já trabalha com a hipótese de a sua equipe não terminar a primeira fase como líder do grupo e, assim, ter de encarar o Brasil logo no primeiro confronto eliminatório do torneio.

As recordações do último encontro com a seleção brasileira não são as melhores: derrota por 3 a 0, na final da Copa das Confederações, no ano passado. Para o meia Andrés Iniesta, no entanto, a Espanha não deve temer um novo confronto com os brasileiros e tem chance de dar o troco no time de Felipão.

“Nunca é uma boa notícia jogar contra o Brasil. Além de ser uma grande equipe, jogará em casa nesta Copa do Mundo. Mas, se for o caso, não temos nenhum medo porque a seleção espanhola tem capacidade para ganhar do Brasil”, disse o craque do Barcelona nesta quinta-feira em videoconferência da qual a reportagem participou.

Iniesta reconhece que o Brasil mereceu o título da Copa das Confederações. Agora, o meia aguarda por uma revanche e confia em um resultado positivo. “O Brasil foi melhor e ganhou por uma diferença importante de gols. Mas espero que, caso a gente venha a se reencontrar, que as coisas mudem. O Brasil tem uma grande seleção, com os melhores jogadores que há na atualidade, mas na próxima vez que nos encontrarmos temos tudo para superá-los.”

Nem mesmo o fato de o Barcelona, base da seleção espanhola, estar em má fase preocupa Iniesta. Pela primeira vez nos últimos seis anos o time catalão está fora das semifinais da Liga dos Campeões da Europa e pode terminar a temporada sem títulos, algo que não acontece desde 2008. “Penso que Barça e seleção são duas coisas distintas. Jogamos torneios diferentes e vivemos momentos distintos. Sei que temos muitos jogadores do Barça na seleção, mas também contamos com atletas de outras equipes”, justificou.

Otimista, o meia também dá de ombros para o fato de atletas que formam a espinha dorsal da Espanha estarem encerrando seus ciclos na seleção. A Copa no Brasil deve ser a última de Casillas, Xavi, Xabi Alonso, Arbeloa, Fernando Torres e David Villa, todos com mais de 30 anos. “Não tenho essa preocupação. Nossas equipes sempre são compostas de jogadores mais jovens e gente mais experiente, afinal é a lei da vida. Mas temos claro que a seleção continua tendo uma grande equipe para continuar fazendo as coisas bem.”