A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial do Pais, deverá atrasar em Curitiba. A adesão dos funcionários que realizam a coleta dos dados em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) a paralisação dos funcionários do instituto é praticamente total. “Apenas o chefe do setor não aderiu a paralisação”, declarou Cássius de Brito, coordenador do Núcleo Paraná do Sindicato Nacional ASSIBGE e da Executiva Nacional do Movimento. O Sindicato irá permanecer na entrada das duas unidades do IBGE, em Curitiba, para ampliar ainda mais a adesão dos funcionários ao movimento. 

Brito afirma que a greve por tempo indeterminado reivindica a democracia dentro do IBGE e a valorização do quadro funcional dos trabalhadores. Ele ressalta que, por falta de gente e do corte orçamentário feito ao instituto, as pesquisas sobre a contagem populacional foi transferida de 2015 para 2016, e a de orçamento familiar foi suspensa. As duas pesquisas, ressalta Brito, são fundamentais para a população.

O atraso da pesquisa de contagem populacional influi diretamente no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que regulamenta o valor de repasse dos programas do governo federal para os municípios, regulamentado principalmente pela proporção de habitantes. “Com isso, os municípios poderão ser prejudicados uma vez que a contagem da população irá atrasar”, explica.

Já a suspensão da pesquisa de orçamento familiar irá repercurtir no cálculo da inflação. Com base no perfil de consumo das famílias brasileiras é feito o recalculo do peso de cada item no orçamento das famílias. “Esses dados são fundamentais para o cálculo da inflação, ou seja, do custo de vida”, explica Brito. Os dados atuais são de 2009. 

Os funcionários dos IBGE reivindicam que a carreira deles, até 2006, direcionada pela de Ciência e Tecnologia, seja incluída na do Ciclo de Gestão. Brito conta que o governo prometeu essa adequação quando retirou os funcionários do quadro de Ciência e Tecnologia. A argumentação para a mudança é de que o IBGE, assim como os fcunionários do Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Instituto de Pesquisas Economicas e Aplicadas (IPEA), são essenciais para a gestão do Estado.

A abertura de novos concursos para o preenchimento de 4 mil vagas, o pagamento do piso incial de R$ 2.100 para os temporários, que recebem R$ 850, a destituição da diretoria atual do IBGE e a convocação de novas eleições para a diretoria, conselho diretor e eleição para os diretores estaduais com mais de quatro anos no cargo estão entre as reivindicações da categoria. “No Paraná, por exemplo, a atual diretoria estadual está no cargo há 20 anos”, declara Brito.