Ontem, o dia foi de caos nos hospitais particulares e filatrópicos de Curitiba e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A paralisação de cerca de 20 mil funcionários de hospitais particulares de Curitiba afetou o atendimento de pelo menos seis dos maiores hospitais da cidade. ao menos seis instituições da capital. Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), funcionários dos hospitais Cajuru, Zilda Arns (do Idoso), Santa Casa de Curitiba, Erasto Gaertner, São Vicente e Pequeno Príncipe aderiram à paralisação. Hoje, a situação pode piorar ainda mais, já que o Sindicato espera maior adesão dos funcionários e pretende convencer também os empregados do Hospital Evangélico a aderirem ao movimento. A paralisação nos hospitais particulares somada à greve no Hospital de Clínicas (HC) acabou lotando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). 

No Hospital Cajuru, o atendimento no Pronto Socorro e nas Unidades de Internação, há 75% de paralisação no pronto-socorro, 83% no serviço de retaguarda e urgência e 25% no centro cirúrgico. O atendimento é restrito. Só casos mais graves ganham prioridade.

Na Santa Casa de Curitiba, a adesão total foi de 34%; sendo Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) o local com mais trabalhadores parados (50%). Todas as 40 cirurgias eletivas na Santa Casa agendadas para ontem e hoje foram canceladas. O serviço de diálise, unidade de internamento também foram prejudicados.
Segundo as informações da Secretaria, no Hospital São Vicente, nove das 22 cirurgias agendadas foram canceladas, em função da adesão à greve de 70% dos trabalhadores, o que prejudica também os setores do centro cirúrgico, quimioterapia e unidade de internamento. Já no Hospital Pequeno Príncipe, há 75% de adesão à greve dos trabalhadores da UTI e 70% de adesão dos trabalhadores do centro cirúrgico. O Hospital Erasto Gaertner, via assessoria, diz que nenhum atendimento foi prejudicado na entidade por causa da greve.

A decisão da paralisação, que foi tomada em assembleia no último dia 28 e confirmada na terça (3) à noite afeta enfermeiros, técnicos, auxiliares e funcionários da limpeza. A categoria recusou a proposta feita pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar). O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) informa que haverá um percentual mínimo de 30% dos trabalhadores em atividade, como determina a lei. Entre as principipais reclamações dos profissionais, segundo o Sindesc, estão o reajuste nos salários, no vale-refeição e mais contratações. De acordo com o sidicato, que tem 20 mil trabalhadores representados, um enfermeiro deveria ser responsável por até quatro pacientes, mas acaba atendendo até 15 doentes.

Diferente do que ocorreu no primeiro dia, hoje os manifestantes vão se concentrar em apenas um ponto da capital. A partir das 8 horas da manhã, na Praça Rui Barbosa, os funcionários que aderirem ao movimento vão promover um ato público no local.