Líderes do governo e da oposição trocaram farpas na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, por conta da autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de autorizar a Copel a promover reajuste de 35,05% nas tarifas. A polêmica foi motivada pelas declarações do governador Beto Richa (PSDB), que disse ter sido surpreendido pela decisão da Aneel, e determinou a suspensão do aumento até segunda ordem. O líder da bancada do PT, deputado Tadeu Veneri, criticou a reação do tucano. Ou o governador é muito mal informado, ou está fazendo demagogia, disse o petista, lembrando que foi a própria Copel que encaminhou pedido de reajuste de 32,4 à agência.

Independente
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) saiu em defesa de Richa, negando que o governador não soubesse do pedido de aumento. O governador não disse que não sabia. Disse que não concordava com o reajuste, alegou. A Copel é uma empresa pública e age de forma independente, argumentou o peemedebista.

Conta
O líder governista, deputado Ademar Traiano (PSDB), partiu para o contra-ataque contra a oposição. O governo do PT quer transferir para os governos estaduais uma conta que é sua, disse o tucano, reafirmando que a maior parte do reajuste é resultado do uso de usinas termelétricas acionadas para compensar os baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Quem estabelece a reposição é a Aneel e não a Copel, afirmou.

Poeira
O suplente de deputado federal Marcelo Almeida – candidato do PMDB ao Senado – se reuniu na terça-feira com a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa. Na pauta da conversa, a formação da chapa de candidatos do partido ao Legislativo estadual. Almeida garantiu que além dos 19 nomes já inscritos, outros 24 estaria prontos a entrar na chapa. Nem ele, nem os parlamentares tocaram na questão da eleição para o governo. A maioria dos deputados estaduais defendia a aliança com o PSDB do governador Beto Richa, tese derrotada na convenção da última sexta-feira, vencida pela candidatura própria do senador Roberto Requião. Até porque, admitiu tanto Almeida quanto os parlamentares, a poeira ainda não baixou, e o próprio Requião avalia que ainda não há clima no momento para uma reconciliação.

Duplamente inelegíveis
Trinta políticos ou administradores públicos paranaenses constam, ao mesmo tempo, das listas de gestores reprovados pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Tribunal de Contas da União. O levantamento foi divulgado ontem pelo TCE. A lista do TCU relaciona gestores públicos que tiveram suas contas desaprovadas por má administração de recursos federais. Já a que foi encaminhada pelo TCE ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná traz os nomes dos gestores que tiveram prestações de contas de recursos estaduais e municipais desaprovadas pelo órgão de controle.

Juntos
Ex-adversários internos no PSDB, o senador Alvaro Dias e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Valdir Rossoni somaram forças ontem nas críticas ao governo federal. O senador confirmou a discriminação que o Paraná tem sofrido por parte de Brasília, principalmente quanto aos repasses de recursos e atrasos da liberação de empréstimos. E diz que a questão é política. É uma discriminação odienta que pretende prejudicar o governador Beto Richa. O governo federal coloca nosso Estado em segundo plano. É um desrespeito que não podemos admitir, disse. Rossoni lembrou que a presidente Dilma Rousseff esteve no Paraná no dia 17 para verificar a situação dos municípios atingidos pelas chuvas, disse que nunca tinha visto situação parecida e que não discutia sobre liberação de dinheiro para estes casos, pois era uma questão humanitária. Autorizaram o envio de R$ 2,1 milhões, depois disseram a ajuda viria em forma de kits. Ontem, depois de uma semana, o dinheiro foi enfim liberado. Se é ineficiência ou trapalhada, não se sabe, afirmou.

Memória
Em novembro de 2012, o clima entre Alvaro e Rossoni era bem diferente do atual. Na época, os dois disputavam a indicação de candidato do PSDB ao Senado. Alvaro criticou duramente a direção estadual do partido, culpando-a pela derrota na eleição para prefeito de Curitiba, vencida por Gustavo Fruet, que deixou a legenda para concorrer pelo PDT por não ter espaço no ninho tucano. O presidente da Assembleia reagiu dizendo que faziam dez anos que ele (Álvaro) não faz outra coisa a não ser atrapalhar o PSDB.

Em alta
Em  nova etapa, o Programa Ciência sem Fronteiras deve oferecer mais 100 mil bolsas em instituições de ensino estrangeiras, de 2015 a 2018, de acordo com anúncio, da presidenta Dilma Rousseff. Lançado em 2011, o programa tinha por meta a concessão de 101 mil bolsas.

Em baixa
De janeiro a maio deste ano, 3.283 empregos foram cortados em 17 bancos do país. Dos 17 estados que registraram cortes, São Paulo teve a maior redução do número de vagas: 1.560 no período. Em seguida, vieram o Rio de Janeiro, com menos 422 empregos. No Paraná, 127 vagas foram cortadas.