Enquanto a campanha não ganha as ruas e não chega ao rádio e televisão, a estratégia dos principais candidatos ao governo do Estado nessa reta inicial da disputa é priorizar o corpo a corpo com o eleitor e o ativismo na internet. Como a propaganda eleitoral gratuita nos meios eletrônicos só começa em 19 de agosto, e os comícios estão em baixa diante da dificuldade de atrair a população, os concorrentes ao Palácio Iguaçu pretendem nesse período inicial participar do maior número de eventos públicos possível, principalmente no interior do Paraná. Além disso, os comitês já contam com centrais de monitoramento da rede mundial de computadores. 

A coligação Paraná que Acredita, do governador e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) montou uma central com 20 computadores para tentar centralizar a estratégia digital da campanha. O coordenador das redes sociais do PSDB, Marcello Richa, filho do governador, afirma que todos os usuários que criam perfis espontaneamente são orientados em todo o Estado para direcionar as ações. Adotamos a estratégia de não fazer uma campanha raivosa nem maquiar dados, garante.
Exército – Segundo Marcello, as redes monitoradas indiretamente têm potencial de atingir 1,5 milhão de pessoas. A nossa coligação é ‘Paraná que Acredita, então foram criados perfis ‘Maringá que acredita’, ‘Londrina que Acredita’, e por aí vai., conta. Os membros da equipe percorreram o Estado para orientar os cabos eleitorais digitais. Muitos estavam atuando na rede, mas não sabiam como agir. Nós orientamos os ativistas e voluntários para aperfeiçoar o trabalho, afirma.
Já a estratégia que não pode ser esquecida é a atuação corpo a corpo, mas com menos tempo para comícios. O coordenador da campanha de reeleição de Richa, deputado federal Eduardo Sciarra (PSD), diz que o período eleitoral neste ano é menor em função da Copa do Mundo e a corrida será mais intensa para conseguir os votos. Temos um exército de candidatos e vamos usar todos os ativos de cada um para atrair o eleitor. O número de comícios deve ser reduzido por causa do curto espaço de tempo para organização, segundo o Sciarra. Começamos a montar as equipes agora e não temos tempo para organizar comícios, justifica.
Whatsapp – A coordenação da campanha de Gleisi Hoffmann (PT) discorda que a campanha tenha menos tempo. De acordo com a assessoria, o tempo é o mesmo das outras eleições. Com relação à estratégia de internet, o grupo não informou quais ferramentas são usadas na campanha digital. A coligação Mudar é Olha Pra Frente também tem perfis no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube.
A campanha do senador Roberto Requião (PMDB) inovou ao espalhar o primeiro viral através do aplicativo Whatsapp. O vídeo com um jingle de linguagem própria das redes sociais já teve milhares de compartilhamentos entre os usuários da ferramenta. Requião é ativista no Twitter desde a popularização da rede social e costuma publicar frases polêmicas de até 145 caracteres. A última estratégia da coligação foi a criação de um perfil específico para a divulgação da agenda do candidato. O responsável pela campanha digital da coligação Paraná com Governo não retornou aos pedidos de entrevista.
Perfis – Os outros seis candidatos independentes apostam em perfis pessoais nas redes sociais. Os mais ativos são Bernado Pilotto (PSOL) e Rodrigo Tomazzinni (PSTU). Ambos criam eventos no Facebook para divulgar comícios e agendas de campanha. Além disso, eles costumam interagir com os seguidores.