As pessoas que sofrem consequências de desastres naturais, como das enchentes ocorridas no Paraná em junho deste ano, contam com o apoio, além da Defesa Civil, também de pessoas que atuam como voluntárias. Elas realizam atividades de coleta, triagem e separação de donativos, encaminhamento dos materiais que são doados em campanhas.

É um trabalho essencialmente de solidariedade. Para se tornar um voluntário da Defesa Civil, basta realizar um cadastro no site www.defesacivil.pr.gov.br.

No link voluntário, o cidadão preenche o formulário, que atende aos critérios da Lei Federal do Voluntariado (número 9.608, de 18/06/1998). O cadastro também pode ser feito por empresas (pessoa jurídica) e por radioamadores.

No momento em que é realizado um novo cadastro, automaticamente, o coordenador municipal e regional da Defesa Civil, onde a pessoa reside, recebe a informação que um novo voluntário se cadastrou. O voluntário pode ser convocado, também, para apoiar ocorrências em municípios vizinhos.

MUITAS ATIVIDADES – Hoje, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil tem cerca de 8.300 voluntários cadastrados, em todas as regiões do Paraná.

Em situações de grandes desastres, a estrutura normal nem sempre é suficiente. Daí, a importância de se ter pessoas dispostas a atuar em conjunto com a Defesa Civil para que possamos fazer frente às necessidades quando elas surgirem, afirma o capitão Eduardo Gomes Pinheiro, da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.

RADIOAMADOR – Pinheiro explica que o serviço voluntário de radioamadorismo tem um papel importante como alternativa de comunicação quando as formas convencionais não são possíveis de serem realizadas.

A atividade também é utilizada na comunicação com localidades mais afastadas dos centros urbanos e comunidades rurais. A partir do cadastro no site, o radioamador passa a integrar a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores, organizada em regionais.

As tecnologias, também, são vulneráveis na ocorrência de eventos. O apoio do radioamador é muito importante para a Defesa Civil, diz.

SOLIDARIEDADE – O aposentado Celso Renato Canalli, 60 anos, é voluntário e trabalha no barracão da Defesa Civil, no bairro Vila Guaíra, em Curitiba, desde o dia 11 de junho. Neste local chegam as doações para as vítimas das enchentes. Elas são preparadas para seguirem para o interior.

Venho todos os dias, ou pela manhã ou à tarde, e quando posso venho aos finais de semana também, disse ele. Canalli contou que desde que já ajudou no transporte de fardos de roupas, descarga e carregamento de doações, separação de roupas e, nos últimos dias, tem feito separação de calçados.

Fazemos um trabalho complementar a atitude das pessoas que doaram coisas das suas casas para ajudar outras que estão necessitadas, afirma.

Arlete Morales é voluntária da Defesa Civil há um ano. Ela conta que um dia foi ao barracão levar uma doação para uma campanha e soube que estavam precisando de voluntários. Não pensei duas vezes em começar, afirma. Arlete vai duas vezes por semana fazer a separação de roupas doadas. É uma satisfação tão grande poder fazer algo a mais pelas pessoas. Eu sinto um afago no coração, relatou Arlete.

Marcos Eduardo da Rocha, 35 anos, se tornou voluntário da Defesa Civil por recomendação da empresa de conservação e limpeza que trabalha. Natural de Porto União, Santa Catarina, município vizinho a União da Vitória, uma das cidades paranaense mais atingidas por inundações causadas pela cheia do Rio Iguaçu, ele já vivenciou o que milhares de pessoas passam neste momento.

Rocha e sua família passaram por uma enchente histórica de 1983, onde União da Vitória e Porto União foram inundadas. Eu sou muito agradecido pelo que fizeram por mim e pela minha família. Foi um momento muito difícil que passamos, bem sofrido. Hoje estou aqui para retribuir e ajudar outras famílias, afirma.