O ministro da Agricultura, Neri Geller, anunciou ontem que o governo chinês concordou em retirar o embargo à carne bovina brasileira, vigente desde 2012. As vendas haviam sido suspensas em função da suspeita, naquele ano, de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da vaca louca, em um animal morto em 2010, em Sertanópolis, no Norte do Paraná. Mas o Estado pode ser beneficiado ainda com outros acordos entre Brasil e China, que importar o tabaco produzido no Paraná.
Ontem, o presidente da China, Xi Jinping, foi recebido pela presidente Dilma Rousseff. Os dois países participam, desde o começo desta semana, do encontro dos Brics, os países emergentes. Vários acordos estão sendo assinados entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

No caso dos acordos com o governo chinês, além do fim do embargo à carne brasileira, também houve alteração do protocolo para exportação de tabaco para a China, a fim de incluir Santa Catarina e Paraná.
Além do tabaco, o Paraná também pode ver melhorar a saída da carne bovina, embora não esteja entre os grandes produtores nacionais. No ano passado o Estado exportou 22 mil toneladas de carne bovina, contra mais de 760 mil toneladas que o Brasil vendeu para o exterior só no primeiro semestre deste ano.
O ministro da Agriculture disse que a estimativa é de que o país asiático compre até US$ 1 bilhão do produto brasileiro em 2015. “Estamos com uma expectativa, com a barreira fitossanitária sendo quebrada (pela China), de exportamos de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão no próximo ano”, disse.

A China suspendeu a compra de carne bovina do Brasil em 2012 em função do caso atípico de ‘vaca louca’ registrado no Paraná. Desde então, o mercado chinês vinha sendo abastecido via Hong Kong, que tem sido um entreposto da carne brasileira na Ásia. Não à toa, Hong Kong foi responsável por parte desse crescimento, ao lado da Rússia. O ministro considerou que as exportações para a Hong Kong caiam, agora que o Brasil vai exportar diretamente para a China.