PEDRO SOARES
RIO DE JANEIRO, RJ – O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, registrou alta de apenas 0,17% em julho, mantendo a tendência de desaceleração dos últimos meses, ditada sobretudo pelo comportamentos dos alimentos.
Em junho, o índice havia sido de 0,47%, inferior já ao de maio (0,58%). Os dados foram divulgados na manhã desta terça (22) pelo IBGE.
Apesar da forte freada mais recente da inflação, a taxa acumulada em 12 meses segue pressionada e acima do teto de 6,5% da meta do governo (6,51%). Pelo IPCA, índice oficial e que baliza o regime de metas, a inflação de junho recuou e atingiu 0,40%, também em razão dos alimentos.
O índice em 12 meses, porém, rompeu o limite superior da meta e chegou a 6,52%.
PRESSÃO
Até agosto, analistas esperam que a inflação se mantenha pressionada e acima do teto. De janeiro a julho, o IPCA-15 soma uma alta de 4,17%.
O recuo do índice de junho para julho ocorre na esteira da queda dos preços dos dois mais importantes grupos de despesas das famílias.
O de alimentação teve deflação de 0,03%, intensificando uma tendência de taxas mais baixas já vista em meses anteriores. Já o de transportes registrou uma queda expressiva de 0,85% em julho, após subir 0,5% em junho.
GRUPOS
A forte queda do grupo transporte refletiu a queda de 26,77% dos preços das passagens aéreas diante dos descontos praticados para voos após a Copa, quando as tarifas subiram.
No caso do alimentos, muitos produtos ficaram mais baratos em julho.
Os destaque são a batata-inglesa (-13,23%), tomate (-11,63%), feijão-fradinho (-8,04%), cenoura (-7,67%), feijão-carioca (-7,44%), cebola (-6,36%), hortaliças (-5,33%), feijão-preto (-5,32%) e farinha de mandioca (-4,60%).
De todos os grupos, apenas habitação (de 0,29% em junho para 0,48% em julho) e despesas pessoais (de 1,09% para 1,74%) deixaram de mostrar desaceleração ou queda de preços.
Também tiveram deflação em junho, ao lado de alimentos e transportes, educação (-0,7%) e comunicação (-0,10%) –este último por conta de preços menores de telefonia.
No caso da educação, o IBGE sempre faz uma revisão do custo das mensalidades no meio do ano e constatou essa ligeira queda. A maior parte dos aumentos, porém, se concentra em fevereiro.