O número de doadores de sangue na Rede Hemepar durante o inverno chega a diminuir de 30% a 40%. O frio e o grande número de casos de resfriados podem ser os grandes causadores dessa queda no número de doações. Essa é uma das grandes lutas da rede, manter as doações mesmo com a interferência do clima, já que o Hemepar é responsável pelo fornecimento de sangue para 384 hospitais públicos e particulares do Paraná.

Além disso, Em todo o estado, são cerca de 1.293 pacientes portadores de coagulopatias e hemoglobinopatias, conhecidas como doenças do sangue, e que precisam de hemoderivados para sobreviver. Há ainda os casos de acidentes, cirurgias de emergência e violência que pegam os hospitais de surpresa. Por conta desses casos, fazemos uma média para manter o estoque de sangue regular e por isso buscamos atingir a meta de 150 a 200 doadores por dia, explica o diretor do Hemepar, Paulo Roberto Hatschbach.

Atualmente, cerca de 100 doadores se apresentam diariamente nos núcleos de doação de sangue — são 22 no Estado. Não está faltando, mas a preocupação é sempre com o dia de amanhã e precisamos estar preparados para qualquer situação de emergência, conta Hatschbach.

A preocupação é sempre grande porque a necessidade de estoque de sangue depende da situação de cada paciente. Uma cirurgia de grande porte precisa ter um estoque reservado caso o paciente precise. Já pacientes com doenças hematológicas, principalmente os portadores de hemoglobinopatias (anemia falciforme e talassemia) necessitam de transfusão de sangue todo mês.

Caso — Um exemplo é o analista de negócios Guilherme Pereira Graça, que em 2007 foi diagnsoticado com leucemia mieloide aguda, que descobriu aos 24 anos de idade. Imagina uma pessoa que tem trabalho, família, vida normal, e de repente se vê com uma doença em que precisa ficar internado e receber muito sangue, conta Guilherme, que hoje está curado.

Ele precisou fazer quatro ciclos de quimioterapia durante oito meses em 2007. Para isso, precisou de 60 bolsas de sangue e pela mobilização de amigos e parentes, conseguiu 40, outras 20 doações vieram de doadores anônimos. Agradecimento é a palavra que vem na mente dele cada vez que lembra de cada pessoa que doou sangue para lhe ajudar. No meu caso, sem a doação anônima, eu não estaria vivo, conta.

Teve dias em que Guilherme precisava de cinco bolsas de sangue por dia para aumentar seu sistema imunológico e também precisou de 30 transfusões de plaquetas durante todo o tratamento. Neste caso, a busca por doadores é ainda maior, pois quem doa plaqueta não pode doar sangue por um determinado período. Outro fator importante que precisa ser levado em conta é que o homem pode doar sangue em um intervalo de 60 dias e a mulher de 90 dias.