SOFIA FERNANDES BRASÍLIA, DF – A arrecadação do governo federal com tributos, contribuições e demais receitas somou R$ 91,4 bilhões em junho, informou nesta quarta-feira (23) a Receita Federal. Houve uma expansão de 0,13% em relação à arrecadação de junho do ano passado, já considerados a inflação do período e o ritmo de crescimento abaixo das expectativas do governo.

A administração petista aposta num ritmo de crescimento de 2% na arrecadação para cumprir a meta de poupança do ano. No primeiro semestre, o governo federal recolheu R$ 578,6 bilhões em impostos e demais receitas, uma expansão real de 0,28% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

FATORES Segundo a Receita Federal, alguns dos fatores que explicam o desempenho pouco expressivo do primeiro semestre são: desonerações, redução na arrecadação de impostos que incidem sobre o lucro -Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido)- principalmente em janeiro e fevereiro, e a perda de fôlego dos principais indicadores macroeconômicos.

Entre os indicadores econômicos negativos, a Receita destaca a queda na produção industrial. De janeiro a junho, a política de desonerações tributárias custou ao governo R$ 50,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, as desonerações somaram R$ 35,5 bilhões.

Só em junho, o governo deixou de arrecadar R$ 8,5 bilhões, devido às desonerações. As que mais pesam aos cofres públicos são a da folha de pagamentos, que beneficia 56 setores da economia, a desoneração da Cide (que incide sobre a gasolina) e a de IPI, que favorece setores como o de automóveis.