FELIPE GUTIERREZ
BUENOS AIRES, ARGENTINA – O chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, deu uma conferência de imprensa para dizer que, caso os credores da dívida reestruturada não recebam, não será um default, pois o país depositou o dinheiro.
“Não pode existir um default por parte de um credor ou por parte de um juiz. O devedor é que tem a responsabilidade de pagar, e a Argentina paga e cumpre. Não há dúvida de que a Argentina cumpriu suas obrigações e não há dúvida de que não se trata de default técnico”, afirmou.
Depois de um calote na dívida em 2001, a Argentina procurou seus credores, que estavam todos sem receber. Ela propôs pagar cerca de 30% do que devia a eles. A grande maioria, que detém 92% dos títulos, aceitou e vem recebendo seus pagamentos. Mas o restante, não.
Alguns desses credores entraram na Justiça e, no mês passado, venceram a ação. Pela sentença, a Argentina precisa pagar todos os seus credores -ela não pode honrar somente a dívida que foi reestruturada.
Mesmo assim, o país depositou uma parcela do pagamento da dívida reestruturada. No entanto, o juiz proibiu os bancos de pagar. Caso esses credores não recebam até o dia 30 de julho, o país, tecnicamente, entra em default.
Capitanich ainda afirmou que “independentemente da extorsão de grupos minoritários de credores, independente da manipulação permanente que se pretende fazer, a Argentina segue andando, porque há estímulos para a atividade econômica”.
No entanto, o último dado oficial da economia do país, publicado no mês passado, aponta que no primeiro trimestre do ano a economia retraiu-se 0,8% em relação ao trimestre anterior.