DANIEL CARVALHO
RECIFE, PE – Candidato ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) disse que o deputado federal José Augusto Maia (Pros-PE) é “uma pessoa totalmente desqualificada” e que a Folha foi “muito infeliz” em dar voz ao delator de uma suposta oferta de propina em troca de apoio à campanha do escolhido pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) para sucedê-lo.
“Um jornal como a Folha de S.Paulo foi muito infeliz na matéria de hoje dando espaço para uma pessoa totalmente desqualificada como é este deputado Augusto Maia”, disse Câmara após visitar no hospital parentes do escritor Ariano Suassuna, que morreu no fim da tarde desta quarta-feira (23).
O deputado disse em entrevista à Folha que recebeu e recusou oferta de “vantagem financeira” para que seu partido integrasse formalmente a coligação de Câmara.
A outros deputados – dois deles foram ouvidos sob condição de anonimato pela Folha e contaram a mesma história – Maia afirmou que a oferta foi de R$ 6 milhões, sendo que R$ 2,5 milhões seriam reservados a ele.
De acordo com Maia, a oferta de vantagem financeira foi feita a ele pelo presidente nacional do Pros, Eurípedes Jr., e pelo líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE). Ambos negam a oferta de dinheiro.
“Quem conhece a política de Pernambuco sabe disso, os processos que ele responde, o tipo de política que ele faz. Ele é a pessoa ligada inteiramente aos nossos adversários”, disse Paulo Câmara.
O candidato reafirmou ainda que processaria o delator, o que já havia informado em nota divulgada mais cedo. O Ministério Público Eleitoral vai investigar a denúncia.
“O Ministério Público Eleitoral tem todo o direito de fazer as apurações que achar necessárias. Não vão encontrar nada. Pelo contrário. Nós que vamos processar o deputado Augusto Maia por esta infâmia, por essa forma de ele fazer política mentindo e agredindo as pessoas que estão aqui para fazer o bem”, afirmou Câmara.