GIBA BERGAMIM JR.
SÃO PAULO, SP – Policiais civis prenderam nesta tarde (24) um professor acusado de depredar uma agência bancária durante um protesto contra a Copa do Mundo no último dia 19 de junho, na zona oeste de São Paulo.
Suspeito de ser um black bloc – manifestante que defende a depredação do patrimônio público – Jefte Rodrigues do Nascimento, 30, se identificou à polícia como docente concursado de inglês e português da rede pública estadual.
A polícia chegou a ele após juntar imagens que mostram ele depredando uma agência do Citibank na avenida Rebouças. Mas ele vinha sendo monitorado desde o início do ano, quando o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) abriu um inquérito para investigar manifestantes que usam a tática black bloc.
Preso em sua casa no bairro Fazenda da Juta, no extremo leste da cidade, Nascimento não ofereceu resistência. Segundo o diretor do Deic, Wagner Giúdice, ele chorou ao confessar que ajudou a destruir vidraças e caixas da agência. Disse também que participou de cerca de cem protestos desde o ano passado.
A polícia aprendeu em sua casa uma jaqueta de couro, uma calça e uma camisa xadrez que coincidem com as que ele usava em fotos dele durante protesto no últimos meses.
A jaqueta é a mesma que ele usou no dia 19, de acordo com as fotos divulgadas pela polícia.
No mesmo dia, ele aparece sem máscara. Porém, nos momentos em que ele entra e sai do banco, usa um lenço estampado que cobre seu rosto.
Justiça determinou a prisão temporária de Nascimento, por 5 dias. Ele responderá por associação criminosa e dano ao patrimônio privado.
Ele é o quinto manifestante preso desde o dia 12 de junho acusado de participação em protestos violentos.
Três deles já votaram réus em processos judiciais por atuação em protestos: Fábio Hideki Harano, Rafael Lusvarghi e João Antonio Alves de Roza. Todos respondem por associação criminosa.