Nesta sexta-feira (25) é comemorado o Dia Nacional do Motorista. O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) entende que dirigir é uma conquista importante, que requer habilidade e responsabilidade. Com o trânsito cada vez mais violento e números crescentes de acidentes e mortes, muitos condutores precisam confrontar o medo e ansiedade na hora de pegar o volante. Por isso, o Detran preparou dicas e histórias para ajudar a trabalhar as emoções durante a direção.

Para a equipe da Divisão Médica e Psicológica do Departamento, um dos primeiros passos para vencer o medo é identificar a causa do problema, o que está impedindo a pessoa de dirigir e gera sofrimento. Os motivos podem ser diversos, como insegurança ou algum evento traumático.

Muitas vezes, o motorista sabe como proceder, no entanto, o nervosismo, e a ansiedade comprometem a capacidade de decisão. Por isso, é importante se trabalhar aos aspectos emocionais que são necessários desde os exames práticos de direção, aos candidatos a primeira habilitação, até aos mais experientes, explica o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.

INEXPERIÊNCIA – O fator emocional está entre as principais causas de reprovação nos testes práticos de direção. É muito comum perceber os candidatos mais ansiosos, que fizeram as aulas nas autoescolas e teoricamente estão bem preparados. Os que conseguem controlar o emocional alcançam o objetivo, conta a chefe da Banca da Examinadora de Curitiba, Alessandra Plantes, que é examinadora há sete anos.

Segundo ela, além da baliza, os candidatos nervosos erram mais em não observar regras de ultrapassagem ou de mudança de direção, não sinalizar com antecedência a manobra pretendida ou sinaliza-la incorretamente e não usar direito o cinto de segurança. São frequentes também os erros de interromper o funcionamento do motor sem razão após o início da prova e fazer conversão com imperfeição.

A estudante Caroline Quadros Cordeiro, de 21 anos, foi aprovada após três tentativa e conta como a mudança de postura durante o teste fez a diferença. Na terceira vez eu estava mais calma. Eu achava, até então, que dirigir era uma coisa automática, que eu fazia tudo sem pensar. Até que eu resolvi respirar fundo e pensar antes de cada movimento.

PERFIL – Mas o medo e o nervosismo ao volante não estão presentes só nos motoristas menos experientes. O sentimento pode atingir pessoas em diferentes contextos, mesmo depois da conquista da CNH. Segundo um estudo realizado pelo Centro de Psicologia Especializado em Medos (CPEM), com sede na capital paranaense, as pessoas que tem fobia de dirigir são em sua maior parte mulheres, em uma faixa etária entre 30 e 45 anos.

De acordo com o CPEM, as dificuldades mais frequentes dos motoristas depois de habilitados são: achar que o carro é que domina o processo, o medo de que o carro volte em uma rampa, sensação de que vai ter pouco espaço para passar, trocar de faixa, manobrar e estacionar.

Há quatro anos, a advogada Alana Belz, hoje com 31 anos, sobreviveu a um acidente de carro, no qual perdeu sua mãe e marido. Somente com auxílio de profissionais especializados e um ano depois do ocorrido decidiu passar pelo processo de capacitação de direção conquistar a CNH.

Hoje não tenho trauma de dirigir, mas tenho um pouco de medo do trânsito, seja como passageira ou como motorista, geralmente em estradas ou perto de veículos grandes, como caminhões e ônibus, revela.

Os motoristas habilitados que lutam contra o nervosismo não possuem muita prática ou que abandonaram a direção há muito tempo podem contar com aulas de aperfeiçoamento em Centros de Formação de Condutores credenciados ao Detran, onde apontam suas dificuldades e montam um pacote de aulas a fim de trabalhar e superar cada uma delas.

Confira dicas do Detran Paraná para quem tem medo do volante:

– Controle a ansiedade: Existem exercícios específicos que ajudam nesse sentido, como relaxamentos, ioga, meditação, atividade física;

– Entenda que dirigir é uma habilidade e pode ser desenvolvida: O treino frequente auxilia a desenvolver e possibilita, progressivamente, maior confiança;

– Procure ajuda: Existem psicólogos especialistas no tratamento do medo de dirigir. Dependendo do evento traumático que a pessoa sofreu, pode ser indicado a psicoterapia.

– Invista em direção defensiva: Existem autoescolas que oferecem serviços diferenciais para quem já dirige e que, além de psicólogos, oferecem aulas práticas de direção defensiva, para ajudar motoristas com medo do que os outros possam fazer no trânsito.