SÃO PAULO, SP – Duas pessoas morreram baleadas e outras duas ficaram feridas nesta quinta-feira (24) durante confrontos em um protesto em Ramallah, na Cisjordânia, contra o que os manifestantes chamavam de “genocídio em Gaza”.
Convocada pelas redes sociais e pelas mesquitas, a manifestação saiu do campo de refugiados de Al Amari até a passagem de Qalandia.
Jovens jogaram pedras e coquetéis molotov contra o posto de controle, o que causou um conflito com os soldados israelenses.
O Exército disse que “usou meios de dispersão de protesto”, termo usado para se referir a balas de borracha e gás lacrimogêneo. Os militares disseram não ter usado munição letal.
O posto de Qalandia, aberto no muro que separa a Cisjordânia dos bairros de Jerusalém Oriental, permanece tomado pelas forças israelenses, que colocaram blocos de concreto e bloquearam o trânsito.
Os palestinos exigiam o fim do que consideram “o genocídio dos palestinos de Gaza”, a suspensão do bloqueio econômico e da ofensiva militar israelense à faixa, além da abertura da passagem fronteiriça de Rafah.
Para esta sexta (25), que é a última do Ramadã, as autoridades palestinas convocaram um “dia de ira” com mais protestos contra Israel.
As forças de segurança israelenses continuam em estado de alerta, vigiando Jerusalém Oriental, onde 39 manifestantes já foram presos e 27 policiais sofreram ferimentos leves.
GAZA
Um soldado israelense morreu nesta sexta-feira ao norte da faixa de Gaza, o que eleva para 33 o número de militares mortos desde o início da operação contra o Hamas em 8 de julho, informou o Exército.
Este é o maior número de baixas no Exército israelense desde sua guerra contra o Hizbullah libanês em 2006, quando perdeu 119 efetivos. Yair Ashkenazy, de 36 anos, era um dos reservistas chamados para participar na operação Margem Protetora, acrescentou o exército israelense em um comunicado.
Além dos militares, dois civis israelenses e um tailandês também morreram. Do lado palestino, são mais de 800 mortes, na maioria de civis.
Também nesta sexta, Israel disse ter matado um líder do grupo radical Jihad Islâmica em Gaza.
ATAQUE A ONU
A missão permanente de observação do estado da Palestina condenou em carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU o bombardeio israelense contra uma escola administrada pela UNRWA (agência de ONU para refugiados palestinos) na quinta (24) no norte da faixa de Gaza.
O ataque em Beit Hanoun deixou pelo menos 15 mortos.
“Esta é a quarta vez em dois dias que as forças de ocupação israelense bombardearam escolas que servem de refúgio na sitiada faixa de Gaza”, denunciou o comunicado.
O texto ressaltou que mais de 148 mil palestinos estão refugiados em escolas da UNRWA em Gaza, para onde foram para escapar dos contínuos bombardeios do exército israelense contra o território.
A Palestina, reconhecida como Estado observador não membro da ONU em 2012, exigiu uma investigação imediata, imparcial e global sobre esse fato, “para se apurar responsabilidades e levar os autores do crime perante a justiça”.
As Forças Armadas israelenses informaram que tinham autorizado uma janela humanitária de quatro horas para que toda a área fosse evacuada e acusou o grupo islamita Hamas de impedir a saída dos civis.