SÃO PAULO, SP – O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta quinta-feira (24) a reintegração de posse da USP (Universidade de São Paulo). A liminar também impede que os grevistas façam piquetes e interrompam o acesso aos prédios do campus.
A paralisação de professores e funcionários da USP começou no dia 27 de maio e é realizada por conta da proposta da reitoria de congelar a discussão sobre reajuste de salários. A decisão permite, caso haja necessidade, o “uso da força policial” para que a determinação seja cumprida.
A liminar determina que todos os prédios do campus sejam desocupados pelos grevistas. Atualmente, há piquetes e bloqueios em algumas portas dos prédios que interrompem as atividades na unidade.
Entre os prédios estão a prefeitura do campus, administração central, faculdade de odontologia, restaurante central, restaurante da física, almoxarifado central, museu de Arqueologia e Etnologia, superintendência de Tecnologia de Informação e centro de práticas esportivas.
De acordo com o juiz, Kenichi Koyama, da 11ª Vara de Fazenda Pública, que deferiu a liminar, “não se proíbe a realização de greve, até mesmo porque é um dos direitos constitucionais conquistados pelos cidadãos após anos de opressão, todavia, manifestações violentas, independentemente das razões dos trabalhadores, aniquilando o direito de ir e vir, realizando piquetes ou ameaças, com manejo de cadeados nos portões e colocando móveis visando obstruir o acesso dos demais funcionários e estudantes, não podem ser admitidas como instrumento de diálogo”.
Para os grevistas a decisão vai em desencontro com as pautas do movimento. “Sessenta dias de greve em três universidades estaduais e o único passo que a gestão consegue dar é na direção de maior confronto. Nem uma única iniciativa de diálogo ou negociação: só monólogos, judicialização e afrontas (via grande mídia)”, publicou o comando de greve da USP no Facebook.