SÃO PAULO, SP – A Fifa decidiu punir a AFA (Associação de Futebol Argentino) por exibir uma mensagem sobre as Ilhas Malvinas durante um amistoso antes da Copa do Mundo. O comitê disciplinar da entidade anunciou nesta sexta-feira (25) que o órgão argentino terá de pagar multa de 30 mil francos suíços (quase R$ 74 mil) pela faixa com a frase “Las Malvinas son argentinas” (as Malvinas são argentinas, em espanhol) levada a campo pelos jogadores antes do jogo contra a Eslovênia, dia 7 de junho.

Segundo a Fifa, a AFA infringiu o artigo 60 do regulamento de seguranças nos estádios, que proíbe manifestações de cunho político, e o artigo 52 do código disciplinar (conduta incorreta de um time). A vitória por 2 a 0 sobre a Eslovênia, em Buenos Aires, foi o último amistoso da Argentina antes da Copa-2014.

O time de Lionel Messi perdeu a decisão para a Alemanha e foi vice-campeão mundial no Brasil. As Malvinas são um arquipélago no Atlântico Sul controlado pelo Reino Unido.

A Argentina invadiu as ilhas (chamadas pelos britânicos de Faukland Islands) em 1982. O conflito durou pouco mais de dois meses. O governo argentino apresentou rendição após guerra que resultou em 907 mortos. As ilhas representam ponto delicado do nacionalismo no país sul-americano. Costumam ser citadas pelo governo federal em tempos de crise.

No ano passado, aconteceu um referendo em que os residentes das Malvinas votaram se queriam continuar ligados ao Reino Unido. No total, 99,8% votaram no “sim”.

RÚSSIA-2018

Também nesta sexta, a Fifa se pronunciou sobre a pressão feita por alguns países para que a próxima Copa seja tirada da Rússia em represália ao conflito armado no leste da Ucrânia. A entidade disse que não cogita mudar a sede do Mundial-2018, hipótese levantada pela Alemanha, que sugeriu o torneio poderia ser transferido para o país. “A Fifa está convencida que através do futebol podemos mudar de forma positiva o mundo”, disse o órgão, em comunicado em que pediu para que a Copa na Rússia não seja alvo de boicotes. “A história mostrou que boicotar eventos esportivos ou estabelecer políticas de isolamento ou confronto não é a forma mais efetiva de solucionar os problemas.”