JOÃO PEDRO PITOMBO
SALVADOR, BA – Nomes do Judiciário e do Ministério Público que tentavam viabilizar candidaturas para as eleições deste ano perderam espaço nas composições partidárias e ficaram de fora do pleito.
Em Mato Grosso, o ex-juiz federal Julier Sebastião (PMDB) foi pré-candidato a governador até a véspera das convenções. Os peemedebistas, contudo, abriram mão da candidatura e se aliaram ao PT, que lançou o vereador Lúdio Cabral à disputa.
O nome de Julier perdeu força após ser citado na operação Ararath, da Polícia Federal, como suspeito de favorecer empresa em sentenças judiciais -o que ele nega.
Não será candidato, mas diz não se arrepender de ter deixado a toga. “Foi decisão do partido, faz parte da vida democrática. Vou partir para outros projetos e colaborar com meu Estado”, disse.
No Tocantins, o procurador da República Mário Lúcio Avelar, que havia lançado pré-candidatura ao governo pelo PPS, foi preterido por uma aliança com o governador Sandoval Cardoso (SD).
Avelar pediu desfiliação do PPS e voltou às funções após licença. “O partido preferiu se aliar a velhas oligarquias que comandam o Estado desde sempre”, criticou.
O procurador apontou a aliança como contradição do candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), um dos principais apoiadores de sua pré-candidatura.
Presidente do PPS-TO, o deputado estadual Eduardo Dertins disse que a aliança é a melhor opção para que a sigla possa crescer no Estado.
Apenas dois novatos na política oriundos do Judiciário e do Ministério Público vão disputar eleições majoritárias neste ano. A ex-corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon (PSB-BA) e o promotor Moisés Rivaldo (PEN-AP) disputarão o Senado. O ex-procurador Eduardo Tavares (PSDB) chegou a lançar sua candidatura ao governo de Alagoas, mas nesta semana divulgou que desistiu da disputa.