MARIANA HAUBERT
BRASÍLIA, DF – O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), irá protocolar ainda nesta segunda-feira (28) uma representação contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) na Corregedoria da Casa para apurar as denúncias de que o parlamentar teria recebido propina na Prefeitura do Rio quando ocupava o cargo de secretário de Governo do prefeito Eduardo Paes.
“Não estamos pré-julgando ninguém, mas diante das denúncias é preciso que a Casa investigue o que aconteceu”, afirmou Bueno. Gravações de áudio e vídeo, reveladas pelos sites das revistas “Veja” e “Época”, mostram o ex-secretário admitindo ter recebido propina, além de ter uma conta na Suíça.
Bethlem, que tenta a reeleição, foi filmado por sua ex-mulher, a empresária Vanessa Felippe, 38, filha do presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (PMDB). De acordo com as gravações, Bethlem, que deixou a secretaria de Governo em abril passado, teria desviado recursos em convênios da prefeitura carioca na área social. A propina chegaria a R$ 70 mil por mês.
Assim que a representação for protocolada na Corregedoria, o deputado será notificado e terá cinco dias para apresentar sua defesa prévia no órgão. O corregedor, deputado Átila Lins (PSD-AM) deverá então, investigar as denúncias e elaborar um parecer que será encaminhado à Mesa Diretora da Casa. Se ele apurar que há indícios de quebra de decoro parlamentar, o processo poderá seguir para o Conselho de Ética da Casa.
Mesmo com o recesso branco e apenas quatro dias de votações em agosto e setembro devido ao período eleitoral, Bueno acredita que dará tempo de investigar e concluir o processo até o fim do ano. “O corregedor terá que cumprir todos os prazos do processo e, mesmo não tendo votações na Casa, será possível fazer as investigações necessárias”, disse.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com o peemedebista. No sábado (26), o deputado publicou um comunicado oficial em seu site em que afirma que as acusações são infundadas e diz que a “própria autora delas adiantou-se em desmenti-las, alegando tê-las feito num momento de grave confusão mental”.