RIO DE JANEIRO, RJ – Os congestionamentos de trânsito nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo custaram mais de R$ 98 bilhões no ano passado, por conta da perda de produtividade, segundo estudo promovido pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio) e divulgado nesta segunda-feira (28).
O valor corresponde a 2% do PIB nacional (Produto Interno Bruto, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) e é mais do que o dobro do investimento previsto na concessão de 7.500 quilômetros de rodovias para os próximos 25 anos, segundo a Firjan.
Especialista de competitividade industrial e investimentos da Firjan, Riley Rodrigues disse que a estimativa das perdas causadas pelos engarrafamentos é calculada a partir do custo da produção perdida, com base no PIB regionalizado, com o valor da hora trabalhada da população economicamente ativa. Entram também na equação a soma do gasto extra com combustível que, nessas condições, pode aumentar entre 30% e 40%.
Nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, os congestionamentos atingiram, em média, 300 km por dia em 2013, levando a um custo de R$ 69,4 bilhões. De acordo com as estimativas da Firjan, se não houver investimento significativo no transporte de massa, os congestionamentos poderão atingir 357 km em 2022, ao custo de R$ 120 bilhões.
Já nas 20 cidades que formam a região metropolitana do Rio, a média diária de engarrafamento foi de 130 km, com prejuízo econômico de R$ 29 bilhões em 2013. A estimativa é de que em 2022 a extensão dos congestionamentos poderá atingir 182 km e o custo seja de R$ 40 bilhões no ano.
De acordo com o estudo, intitulado “Os Custos da (I)mobilidade”, os horários de pico nas duas regiões metropolitanas já somam 11 horas diárias: no Rio, o “rush” acontece das 5h30 às 11h e das 14h30 às 19h30; e em São Paulo, das 5h30 às 8h30, das 10h30 às 14h30 e das 17h30 às 19h.
FALTA PLANEJAMENTO
A principal solução para a questão de mobilidade urbana, segundo a Firjan, é a realização de um planejamento integrado, que envolva todos os municípios metropolitanos e permita a desconcentração da oferta de atividades, como educação, saúde, comércio e produção industrial, levando infraestrutura e emprego para perto de onde moram as pessoas.
A atual concentração, segundo a Federação, obriga a população a realizar longos deslocamentos diários, em um mesmo sentido e horário. A ampliação da cobertura de transporte de massa, com ramificação para áreas de grande concentração habitacional, evitaria a utilização excessiva do transporte rodoviário, ajudando a melhorar sensivelmente a mobilidade.