ADRIANO BARCELOS
RIO DE JANEIRO, RJ – A bancada do PSOL na Câmara Municipal do Rio vai propor a criação de uma CPI para investigar contratos assinados entre a Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura do Rio e a ONG Centro Espírita Tesloo durante a gestão do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) na pasta.
O deputado é suspeito de ter se beneficiado dos contratos, conforme indicam conversas entre ele e a ex-mulher Vanessa Felippe, 38, gravadas e divulgadas por ela.
Em reunião na tarde desta segunda-feira (28), Eliomar Coelho (PSOL), Renato Cinco (PSOL) e Paulo Pinheiro (PSOL) definiram pela proposição, mas tentarão convencer outros cinco vereadores do campo da oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) em uma nova reunião às 14h desta terça-feira (29) para engrossar a comissão. Para que a CPI saia do papel, serão necessárias assinaturas de 17 dos 51 vereadores –e aí reside a barreira, já que a situação tem maioria confortável na Câmara.
Coelho lembra que uma sindicância sobre os contratos da Tesloo com a prefeitura foi aberta ainda no começo de 2013, mas os resultados nunca foram apresentados à oposição no Legislativo.
“Na oportunidade, fizemos requerimento pedindo acesso aos dados, mas na época nos responderam até de forma jocosa”, afirma o vereador do PSOL.
Se a CPI não vingar, a oposição promete fazer barulho e provocar o Ministério Público a acionar a prefeitura por esclarecimentos. Renato Cinco lembra que em 2013 protocolou pedido de abertura de uma CPI para investigação de contratos suspeitos entre a ONG e o município. Na ocasião, a CPI não foi adiante porque obteve apenas oito assinaturas.