SÃO PAULO, SP – A companhia aérea africana Asky suspendeu nesta terça-feira (29) os voos de e para Serra Leoa e Libéria por causa do crescente medo de disseminação do vírus do ebola na região, informou em seu website.

A estimativa é que o ebola tenha matado 672 pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa desde a irrupção do surto em fevereiro, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). É o maior surto do ebola desde que o vírus foi descoberto em 1976.

A Asky, empresa com sede no Togo, informou que não vai mais se abastecer de alimentos na Guiné, onde o surto foi identificado pela primeira vez, em março. A companhia aérea disse que os passageiros que partirem da capital da Guiné, Conacri, serão examinados antes do embarque para identificação de sinais da doença.

Equipes médicas serão deslocadas para o exame de passageiros em trânsito em Lomé, capital do Togo. O medo da disseminação da doença aumentou depois do registro da primeira morte na semana passada na Nigéria, na região da cidade costeira de Lagos, onde vivem cerca de 21 milhões de habitantes.

A vítima era um liberiano que viajou para a Nigéria em um voo da Asky, via Lomé. O diretor do Departamento de Saúde nigeriano, Jide Idris, assegurou que se realizaram testes médicos às 59 pessoas que tiveram contato com o morto, tanto no aeroporto como no hospital onde foi internado, e 20 delas já receberam alta.

No entanto, disse que a companhia aérea não divulgou o número exato de passageiros que estavam no voo e, por isso, não se puderam realizar os testes médicos a todos eles. A principal companhia aérea da Nigéria, a Arik Air, suspendeu os voos para Libéria e Serra Leoa por causa do risco do ebola, confirmou um porta-voz da empresa na segunda-feira (28).

A doença contagiosa tem sintomas que incluem o vômito, diarreia e sangramento interno e externo. A doença –que é transmitida por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados– pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.