O nariz tem a importante função de filtrar, aquecer, purificar e umidificar o ar. “Se a pessoa não respira bem pelo nariz, consequentemente vai respirar pela boca, acarretando em ressecamento da mucosa oral, seguida por irritação constante, amidalite, faringite, laringite e sinusite”, explica a médica Claudia Ciuffi, otorrinolaringologista do Hospital VITA Curitiba.

A sinusite é a infecção dos seios da face, causada por gripe mal curada ou crise de rinite, e é muito temida pela possibilidade de se tornar crônica. A sinusite aguda se caracteriza por dor de cabeça intensa na região da testa, entre os olhos, ao redor ou por trás dos olhos, na região das maçãs do rosto, na nuca ou no topo da cabeça; obstrução nasal; secreção nasal amarelada; tosse seca e febre. “Apresentando um ou mais sintomas, é necessário procurar um otorrinolaringologista que fará as orientações necessárias quanto ao tratamento correto e às medidas para a doença não se torne crônica”, alerta a especialista.

Segundo Claudia, duas doenças são confundidas com a sinusite e merecem atenção: a hipertrofia de adenoides (que leva à respiração bucal, amidalites de repetição, roncos e apneia) e a rinite alérgica (relacionada a alterações climáticas, ou contato com poeira, mofo, produtos de limpeza e pelos de gato ou de cachorro).

Sinusite aguda – É uma infecção como qualquer outra, passível de tratamento clínico, com boa evolução, mas o problema ocorre quando o paciente começa a ter quadros sucessivos de sinusite aguda. “A ajuda especializada é imprescindível para avaliação completa da cavidade nasal”, destaca Claudia. Por meio de endoscopia nasossinusal e de tomografia computadorizada do nariz e seios da face, é possível obter mapeamento completo de todos os seios da face, drenagens para a cavidade nasal e obstruções nasais, que podem contribuir para o aparecimento da sinusite.

Mito – A médica destaca ainda que há um grande mito no que se refere à sinusite crônica, já que antigamente eram feitas cirurgias muito agressivas, com incisões na gengiva, osteotomias (quebra do osso) na face. “O pós-operatório era muito difícil com inchaço e hematomas que duravam bastante tempo. E, no final, o resultado era ruim”, explica.

Hoje, houve evolução científica e tecnológica muito grande da cirurgia de sinusite. Também pode ser indicada, para pacientes que não conseguem melhorar após tratamento clínico adequado, a cirurgia funcional endoscópica nasossinusal. “A cirurgia da sinusite, hoje, é muito mais funcional e menos agressiva, feita com aparelhos de última geração”, enfatiza a médica. O endoscópio, ligado a uma microcâmera, é colocado dentro do nariz e a imagem é transferida para o vídeo, guiando o cirurgião com extrema segurança e precisão.

O procedimento tem o objetivo de corrigir desvios de septo e hipertrofias de cornetos, retirar pólipos nasais (bolsas de tecido inflamado que crescem na camada interna do nariz – mucosa nasal) e abrir todas as cavidades paranasais para que haja a drenagem das secreções, prevenindo os sintomas indesejados da sinusite. “Hoje, o paciente pode internar pela manhã para ser submetido à cirurgia e ter alta no mesmo dia. Não temos mais aqueles inconvenientes hematomas, edemas na face e a necessidade do uso de tampão nasal”, destaca Claudia.

A médica enfatiza também que a plástica de nariz pode ser realizada junto com qualquer procedimento cirúrgico no nariz e desta forma melhorar a questão estética, além da funcional.