SÃO PAULO, SP – Um ataque israelense matou 19 pessoas refugiadas na manhã desta quarta-feira (30) em uma escola da ONU no norte da faixa de Gaza, segundo Abu Hasna, o porta-voz da UNRWA. Disparos de tanques atingiram em cheio duas salas de aula da escola da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos, no campo de Jabaliya, revelaram os serviços de emergência. O Exército israelense alegou que os radicais do Hamas, que controla a faixa de Gaza, lançaram bombas de um ponto próximo à escola e que os militares atiraram de volta. “No início desta manhã, militantes dispararam morteiros contra soldados israelenses da vizinhança da escola da UNRWA em Jebalya. Em resposta, os soldados dispararam contra a origens do ataque, e ainda estamos revendo o incidente”, disse um porta-voz militar. Quatro dos mortos estavam do lado de fora da escola, dois em sua casa nas proximidades, e dois na rua, depois de voltar de orações antes do amanhecer, disseram seus parentes. Muitos civis palestinos se refugiaram nas escolas da UNRWA, especialmente em Jabaliya, após a advertência do Exército israelense sobre a possibilidade de bombardeios em massa contra seus bairros. No total, cerca de 200 mil habitantes do território palestino estão refugiados, em condições muito precárias, nas 83 escolas geridas pela UNRWA. “É a responsabilidade do mundo nos dizer o que devemos fazer com mais de 200 mil pessoas que estão dentro de nossas escolas pensando que a bandeira da ONU irá protegê-los”, disse Hasna. “Este incidente de hoje prova que nenhum lugar é seguro em Gaza.” No dia 24 de julho, um disparo de artilharia atingiu outra escola da ONU na Faixa de Gaza, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos. O Exército israelense negou sua responsabilidade no incidente. Israel acusa o movimento islâmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da faixa de Gaza. Os bombardeios também mataram 27 palestinos em outras partes da faixa de Gaza nesta quarta-feira. Os aviões israelenses atingiram dezenas de locais, incluindo cinco mesquitas que, segundo o Exército, estavam sendo usadas por militantes. O número total de palestinos mortos desde o início da ofensiva israelense “Margem Protetora” em 08 de julho subiu para 1.269 nesta quarta. Israel perdeu 53 soldados e três civis. Israel tem o objetivo de impedir que o Hamas siga lançando foguetes contra seu território. Além disso, a invasão de Gaza por terra pretende destruir uma sofisticada rede de túneis militares do Hamas utilizados para ataques em Israel.