SÃO PAULO, SP – O jornal italiano “l’Unità”, fundado em 1924 pelo filósofo marxista Antonio Gramsci, anunciou nesta quarta-feira (30) em seu site que deixará de circular a partir desta sexta, 1º de agosto.
A publicação, que até 1991 era o órgão oficial do PCI (Partido Comunista Italiano), enfrentava dívidas que somariam mais de US$ 30 milhões.
A tiragem atual diária era de apenas 50 mil exemplares, bem abaixo da tiragem dos anos 1970, que beirava o 1 milhão de jornais/dia.
Cerca de 200 profissionais compunham a redação atual do jornal, publicado por uma editora que foi liquidada há duas semanas, em operação destinada a aliviar o caixa do Partido Democrático de Esquerda, sucessor do PCI, que detinha 25% das ações do “l’Unità”.
O corte de 68,8% dos recursos públicos destinados a subsidiar jornais e revistas colaborou para o encerramento das operações do jornal. Além dele, estão ameaçados de fechar as portas o “Il Manifesto”, nascido das revoltas de 1968, e o “Avvenire”, diário católico.
Na década de 1980, o “l’Unità” perdeu grande parte de seus leitores sem filiação partidária para o diário romano “La Reppublica”, que se posicionou como mais liberal do que o “Corriere della Sera”, editado em Milão e de perfil mais conservador.