SÃO PAULO, SP – O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, defendeu nesta quarta-feira (30) a expulsão do deputado estadual Luiz Moura (PT) do partido. O parlamentar está suspenso porque responde a um processo disciplinar na sigla após ter sido flagrado em uma reunião com supostos integrantes da facção criminosa PCC.
A Executiva do PT paulista começa a discutir a situação de Moura nesta quinta-feira, quando termina o prazo para que ele apresente sua defesa. Pelas regras, ele pode se defender pessoalmente, mas ainda não comunicou o partido se irá comparecer. Interlocutores disseram, inclusive, que Moura negou ter sido notificado, o que é desmentido pelo PT.
A expectativa é de que o futuro político de Moura seja fechado na sexta-feira, durante reunião do diretório estadual, que vai discutir o relatório do processo disciplinar preparado pela Executiva.
Para Padilha, o caso é um assunto encerrado. “Esse e um tema superado. Eu defendo a expulsão. O PT vai tomar as medidas de expulsão. É um tema superado para o PT”, disse o candidato após caminhada em Carapicuíba.
Nesta quarta, a 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou recurso do PT que visava impedir que Moura disputasse um novo mandato na Assembleia estadual neste ano. Inconformado com a suspensão, ele entrou na Justiça para garantir o direito de se candidatar.
Desde o início do episódio, o PT tenta isolar Moura para tentar impedir desgastes na candidatura de Padilha.
ATAQUES
Durante a caminhada na cidade da Grande São Paulo, Padilha fez um dos discursos mais duros contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição.
Ele subiu o tom usando um dos temas mais sensíveis à campanha tucana que é o cartel de empresas do sistema metroferroviário.
Padilha disse que o PSDB coloca raposa para cuidar do galinheiro e distribui prêmios para corruptos. Ele citou especificamente Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e principal secretário do governador Mário Covas (PSDB), está sob investigação e teve um conta com saldo de US$ 3 milhões bloqueada na Suíça sob suspeita de que foi alimentada por contas secretas da Alstom. Marinho nega que tenha recebido qualquer comissão da multinacional.
“Não tem nenhum ataque que vai nos tirar da rua. Quem não tem moral para ir às ruas é o PSD B porque tem um sujeito chamado Robson Marinho que foi secretário do governos do PSDB e está envolvido até a testa num escândalo de corrupção de roubo do metrô e do CPTM”, disse o petista.
E completou: “Isso mostra a diferença do PT e do PSDB. Nós criamos formas de apurar e punir quem comete mal feito. O PSDB dá prêmio porque esse sujeito [Robson Marinho], que deveria estar sendo punido, foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado. E agora, foi descoberto que o dinheiro da casa milionária dele foi origem de propina e ele não se afasta do tribunal”.
O candidato afirmou ainda que o “PSDB, durante 20 anos, colocou a corrupção para debaixo do tapete”. “Nós vamos governar o Estado de São Paulo para tirar o tapete do Palácio dos Bandeirantes. Conosco o roubou vai ser punido”, disse.
RECADO
Após comentar o resultado da pesquisa Ibope divulgada nesta quarta, Padilha aproveitou para mandar um recado indireto a seu adversário Paulo Skaf (PMDB), que vive uma crise interna com o PMDB por resistir em formar um palanque duplo para a presidente Dilma Rousseff em São Paulo.
“Eu não adito que se desdenhe o PT, do que nós construímos ao longo desses anos, da força do PT ao longo desses anos. Não subestime o PT porque vão ver a resposta em outubro nas urnas”, afirmou.
Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta pelo telejornal regional SP TV, da TV Globo, mostra que o governador lidera isolado a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com 50% das intenções de voto.
Na segunda posição da corrida estadual, com 11%, está o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Paulo Skaf (PMDB). O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) aparece com 5%.