SÃO PAULO, SP – O Exército ucraniano anunciou nesta quinta-feira (31) a suspensão por um dia de sua ofensiva contra os separatistas pró-russos no leste do país a pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que os especialistas internacionais possam chegar ao local onde o avião da Malaysia Airlines caiu.
“Hoje há um cessar-fogo a pedido de Ban Ki-moon devido ao trabalho dos especialistas na zona onde o avião caiu. O Estado-Maior da operação antiterrorista decidiu decretar um ‘dia de silêncio’ e suspender os combates”, declarou Oleksi Dmytrashkivski, porta-voz das forças ucranianas.
No entanto, advertiu que os militares podem disparar para se defender. Kiev lançou a sua “operação antiterrorista” com o objetivo de recuperar as cidades do leste da Ucrânia que estão sob controle separatista. Os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar os rebeldes, que são suspeitos de terem derrubado o avião civil com um míssil no último dia 17.
O secretário-geral da ONU pediu na quarta-feira (30) às forças ucranianas e aos separatistas no leste da Ucrânia que parem imediatamente os combates perto do local onde o MH17 foi derrubado, matando 298 pessoas.
Os especialistas internacionais tentam desde domingo, sem sucesso, chegar ao local onde ainda há restos humanos e do avião, devido aos fortes combates entre o Exército e os insurgentes.
Nesta quinta, porém, especialistas holandeses e australianos, acompanhados por uma equipe de observadores internacionais, conseguiram chegar ao local.
“Observadores chegaram ao local onde o MH17 caiu pela primeira vez em quase uma semana, acompanhados por quatro especialistas holandeses e australianos”, que utilizaram uma nova via de acesso, declarou a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) no Twitter.
No entanto, as autoridades ucranianas já acusaram os rebeldes de descumprirem com o cessar-fogo durante as primeiras horas desta quinta. Por outro lado, os separatistas acusam a Ucrânia de bloquear o acesso ao local da queda.
“A Ucrânia continua a violar o cessar-fogo na área do acidente do MH17, não permitindo que observadores da OSCE e especialistas da Holanda e da Austrália entrem na área”, disse Sergei Kavtaradze, um assessor do líder rebelde Aleksander Borodai.
POLÍTICA
O Parlamento ucraniano rejeitou nesta quinta-feira a renúncia apresentada pelo primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, que denunciou a dissolução da coalizão governamental no Parlamento.
Apenas 16 deputados votaram a favor de sua renúncia, contra os 226 votos necessários para validar sua partida, que teria afundado o país em uma nova crise política.
Os separatistas pró-russos têm a intenção de participar nas negociações com a Rússia, a Ucrânia e a OSCE na Belarus, segundo uma fonte da liderança rebelde.
Ainda não está claro quando os lados se reunirão para conversar sobre a crise na Ucrânia.