SÃO PAULO, SP – A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta (30) sanções contra pessoas próximas ao presidente russo, Vladimir Putin, assim como o fabricante russo de sistemas antiaéreos Almaz-Antey e o Russian National Commercial Bank, por ameaçarem a soberania e estabilidade da Ucrânia.
A lista divulgada no Diário Oficial da UE contém oito nomes, entre eles os de Yury Kovalchuk e Nikolai Shamalov –os dois maiores acionistas do Banco Rossiya, uma instituição de São Petersburgo que cresceu rapidamente depois que Putin se mudou para Moscou e se tornou presidente em 2000.
Igualmente entre os oito nomes está o amigo pessoal de Putin, Arkady Romanovich Rotenberg, ex-parceiro de judô e ganhador de vários contratos milionários para as preparações dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.
Por outro lado, também passaram a estar na lista negra três entidades, entre as quais destaca-se a Almaz-Antey, uma empresa controlada pelo Estado russo que fabrica armas antiaéreas e mísseis terra-ar e é o principal fornecedor do Exército russo.
O Kremlin teria fornecido através desta companhia material militar pesado aos separatistas ucranianos, incluindo recursos “para derrubar aviões”, afirmou a UE.
Este fabricante de armamento já figura na lista negra dos EUA, dado que os sistemas de defesa antiaérea “Buk”, que supostamente poderiam ter sido utilizados para derrubar o avião da Malaysia Airlines que caiu em 17 de julho sobre Donetsk, no leste do país, são fabricados pela Almaz-Antey.
Também se encontram entre as empresas sancionadas a companhia aérea estatal Dobrolet, que desde a anexação ilegal da Crimeia à Federação russa operou voos entre Moscou e Simferepol.
Além disso, passou a engrossar a lista o Russian National Commercial Bank, controlado completamente pela República da Crimeia após a anexação da região pró-russa e que, ao substituir outros bancos na península, “apoia materialmente e financeiramente as ações do governo russo para integrar a Crimeia” na Federação.
A UE também proíbe a compra ou participação em empresas baseadas na Crimeia e dedicadas totalmente ou parcialmente ao petróleo, gás e recursos minerais.
Os países da UE acordaram nas últimas 48 horas os novos nomes sancionados assim como a imposição de medidas restritivas comerciais e de investimentos aos territórios da Crimeia e Sebastopol, anexados pela Rússia.
A lista já conta com 85 pessoas e 23 entidades. Aos sancionados está proibida a entrada na UE e seus ativos em território comunitário serão congelados.
Nesta semana, EUA e UE anunciaram sanções –as mais duras contra a Rússia desde o fim da Guerra Fria, em 1991– que buscam afetar as áreas de energia, tecnologia, finanças e defesa. A estratégia é enfraquecer o apoio do país aos rebeldes ucranianos.