O ONU informou nesta sexta-feira (31) que mais de 1.700 pessoas foram mortas no Iraque em julho, que se tornou assim um dos meses mais violentos do ano, apesar da queda em relação ao mês anterior, quando radicais sunitas invadiram partes do país. A missão da ONU para o Iraque disse em sua declaração mensal que pelo menos 1.737 pessoas foram mortas em julho, 2.400 mortes a menos que em junho, quando o grupo sunita Estado Islâmico (EI) tomou diversas cidades no norte e leste, incluindo a segunda maior cidade do país, Mossul. Mas o número é consideravelmente maior do que o de maio, quando cerca de 800 pessoas foram mortas no Iraque.

A pressão para que o primeiro-ministro, o xiita Nouri al-Maliki, renuncie cresceu desde o início da crise, com os críticos acusando-o de monopolizar o poder e alienar os grupos minoritários. O líder xiita jurou servir a um terceiro mandato de quatro anos, enquanto os legisladores têm lutado para chegar a acordo sobre um novo governo que possa enfrentar a crise. A coalizão de Maliki ganhou a maioria dos votos nas eleições parlamentares de abril.

“É o momento que se movam para a criação de um novo governo que pode resolver as causas profundas da violência no Iraque e assegurar um desenvolvimento equitativo para todas as comunidades”, disse Nickolay Mladenov, o representante especial da ONU para o Iraque, nesta sexta. Bagdá teve o maior número de mortes entre as províncias em julho, com pelo menos 415 pessoas mortas. Ao norte, em Nínive e Salahuddin, a violência aumentou desde que os militantes tomaram partes de ambas as províncias, incluindo suas capitais, Mossul e Tikrit, em junho. As estimativas da ONU excluem a província de Anbar, que tem partes ocupadas pelos radicais há meses.

O EI declarou um califado (um Estado Islâmico) nas regiões que controla na Síria e no Iraque. O balanço da ONU é diferente do estabelecido pelos ministérios do Interior, da Defesa e de Saúde, que registrou 1.401 civis, 185 soldados e 85 policiais mortos nestes combates, que também deixaram 2.104 pessoas feridas, entre elas 246 militares e 153 agentes.